ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 17.-05.-19910.

 

Aos dezessete dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e um, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sexagésima Segunda Sessão Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airton Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Greagol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver.eador Luiz Machado que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. Após, o Senhorr. Secretário procedeu à leitura da Ata da Sexagésima Primeira Sessão Ordinária e da Atas da Segunda Sessão Especial que, juntamente com a Ata da Sexagésima Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Projeto de Resolução nº 19/91 (ProcessoProcesso nº 1354/91) e pelo Vereador Leão de Medeiros, 01 Pedido de Informações. Do EXPEDIETNTE constaram: Ofícios nºs 11/91, da Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul, 201/91, da Câmara Municipal de Itacurubi/RS, 55/91, da Câmara Municipal de Não-Me-Toque e s/n, doa Ssecretáarioa do Estado de Recursos Hhumanos e Modernização Administrativas do Rio Grande do Sul. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Edi Morelli, que solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares nesta data. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente João Bosco, e, informando que Sua Excelência já prestou compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Economia e Defesa do Consumidor. Após, o Senhor Presidente respondeu a Questão de Ordem do Vereador João Dib, acerca da correspondência encaminhada ao Sindicato dos Funcionários da Câmara Municipal de Porto Aelgre – SINDICÂMARA. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDÊNCIA, o Vereador Antonio Hohlfeldt falou sobre Ofício subscrito por S. Exa., dando resposta ao Sindicato dos Funcionários da Câmara Municipal

 

, de Porto Alegre, SINDICÂMARA sobre reivindicações salariais dos funcionários da Casa, através do qual ofereceu proposta de reajuste salarial. Agradeceu aos funcionários que, mesmo rejeitando a proposta feita, mantém seus serviços, afirmando que, em nenhum momento, a Mesa pretendeu dividir ou quebrar movimentos reivindicatórios dos municipários. Garantiu ainda que, caso o Executivo Municipal e o SIMPA não entrem em acordo até o fim deste mês, buscará uma solução autônoma para a Casa, em decisão conjunta com todos os Parlamentares. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, O Vereador João Dib cumprimentou o SINDICÂMARA pela opção dos funcionários de apoio ao movimento grevista do SIMPA. Falou, ainda, que o Prefeito Municipal não deveria afastar-se do Município no atual momento, tendo em vista os problemas verificados na Cidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Ernani Machado e Manoel José Martins, alferes da Bandeira do Divino Espírito Santo, em sua visita anual tradicionalmente feita à Casa, concedendo a palavra ao Senhor Ernani Machado, que falou sobre a finalidade de suas visitas a este Legislativo, agradecendo a recepção recebida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilson Santos reportou-se à Lei nº 6679/90, que estabelece reajuste salarial ao funcionalismo do Município e formas de pagamento do mesmo, registrando que o saldo do reajuste concedido ano passado deveria ter sido pago em janeiro do corrente ano, o que não aconteceu. O Vereador Clóvis Brum informou que tramita na Comissão de Justiça e Redação processo envolvendo denúncia feita pelo Presidente do SIMPA contra o Prefeito Municipal, acerca do não cumprimento das leis relativas aos reajustes dos funcionários municipais. Declarou, ainda, que se até segunda-feita não tiver sido acertada tal situação pelo Executivo Municipal, a Câmara deveria tomar decisão a respeito do assunto. O Vereador Dilamar Machado informou que os celetistas municipais não tiveram o seu salário, da quinzena, creditado. Denunciou, ainda, que, enquanto a Câmara homenageava o “Dia do Gari”, um gari era agredido pela Brigada Militar no lixão da Zona Norte. Ressaltou que a greve dos municipários envolve luta interna do Partido dos Trabalhadores. O Vereador Clóvis Ilgenfritz reportou-se ao movimento grevista dos Municipários, dizendo que o Prefeito não pode comprometer a arrecadação do Município além do disponível, tendo em vista discussões realizadas com a comunidade porto-alegrense. Informou, ainda, que, com a viagem do Prefeito Olívio Dutra, assume a Prefeitura Municipal o Doutor Tarso Genro, declarando que tal em nada afetará as negociações com o Sindicato dos Municipários ou o atendimento da comunidade de Porto Alegre. Após, o Vereador José Valdir formulou solicitação de relação nominal dos Senhores Vereadores que possuem cargos políticos, bem como de suas situações funcionais. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDÊNCIA, o Vereador Airto Ferronato discorreu sobre Questão de Ordem formulada anteriormente pelo Vereador João Dib, acerca das contas deste Legislativo no referente aos anos de mil novecentos e oitenta e quatro e mil novecentos e oitenta e cinco, infirmando que o Tribunal de Contas não aprovou as mesmas, e relatando o andamento de tal processo, bem como as medidas tomadas pela Casa a respeito do assunto. Após, o Senhor Presidente informou que a matéria relativa às contas da Casa nos anos de mil novecentos e oitenta e quatro e mil novecentos e oitenta e cinco, está sob a relatoria do Vereador Airto Ferronato, devendo ser encaminhada à Auditoria da Casa. A Seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 178/90 e 31/91, este após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Décio Schauren e Isaac Ainhorn; o Projeto de Resolução nº 11/91, e o Projeto de Lei do Legislativo nº 47/91, este por vinte e dois votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo votado SIM os Vereadores Adroaldo Correa, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e João Bosco, e tendo optado pela ABSTENÇÃO o Vereador João Dib. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Vereador Antonio Hohlfedt, com relação ao Projeto de Resolução nº 11/91; do Vereador Isaac Ainhorn, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 178/91; do Vereador Décio Schauren, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 31/91; do Vereador Wilson Santos, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 47/91. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Adroaldo Correa, de Voto de Congratulações com a Gazeta Afro-Latina, pela edição de lançamento de seu primeiro número este encaminhado à votação pelo Autor; do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando a realização de Sessão Solene dia treze de junho do corrente ano, destinado a homenagear o Dia de Portugal – Dia de Camões; do Vereador Ervino Besson, de Voto de Congratulações com a Direção e Funcionários do Jornal do Comércio, pela passagem do seu aniversário de fundação; do Vereador Isaac Ainhorn, de Votos de Congratulações com Luiz A. da Costa Chaves, por sua posse na Presidência da Entidade – Motiran – Movimento Trabalhista de Integração da Raça Negra; do Vereador Leão de Medeiros, de Voto de Pesar pelo falecimento de Deolinda Carvalho; do Vereador Luiz Machado, de Votos de Congratulações com Rudi Valério Barlem, por ter assumido o cargo de Diretor Geral do Departamento Aeroviário do Estado do Rio Grande do Sul; do Vereador Mano José, de Votos de Congratulações com Moacir Zaduchliver, pela eleição ao cargo de Presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Secção Rio Grande do Sul; com Maria Pinto Mottola, pelos quinze anos de liderança no Conselho Estadual de Entidades Assistenciais; do Vereador Wilton Santos, solicitando sejam convidados o Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais, Doutor Vicente Rauber, e os representantes do Hipermercado Big ShopCompanhia Real de Distribuição, a comparecerem a este Legislativo, a fim de prestarem esclarecimentos acerca dos constantes alagamentos no Bairro Sarandi. Às onze horas e dezessete minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos, constatada a existência de “quorum”, às onze horas e vinte e dois minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 49, 83, 22, 69, 54, 64, 66, 72, 81, 55, 48/91, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 17, 21 e 18/91, estes discutidos pelos Vereadores Clóvis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 142/90; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 15, 16/91, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 56, 80/91, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 24/91. Na ocasião, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Vereador Nelson Castan, solicitando Licença para Tratamento de Saúde durante a presente data. Em prosseguimento, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Mário Fraga e, informando que S. Exa. já prestou compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Após, o Vereador João Dib formulou Requerimento solicitando audiência da Comissão de Justiça e Redação acerca de suspensão da tramitação do Processo nº 03/91. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Vereador Adroaldo Correa discorreu sobre solicitão da comunidade de Belém Novo, de emancipação daquela região, analisando os motivos de tal pedido e defendendo audiência da população interessada quanto ao assunto. Analisou, ainda, os recursos humanos e financeiros que hoje possui Belém Novo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Artur Zanella informou ter estado ontem na Assembléia Legislativa do Estado discutindo a transferência ou não do DEPREC para a Cidade de Rio Grande. Teceu comentários, ainda, sobre a solicitação da comunidade de Belém Novo de emancipação daquela área. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS o Vereador Isaac Ainhorn registrou o transcurso, amanhã, do Dia Internacional dos Museus, falando sobre a instauração dessa data e a importância dessas instituições para preservação e difusão da cultura de um povo. E o Vereador Luiz Machado discorreu sobre as causas que costumam originar movimentos emancipatórios, falando da situação da Vila Restinga e salientando a luta já há anos empreendida pela comunidade daquela área, por um Distrito Industrial no local. Nada mais havendo a tratar,  do Secretário Municipal da Cultura e Cartões da Fundação Rubem Berta, Conselho de Administração, Diretores e Funcionários do Grupo VARIG e de Hartz Wainer. A seguir foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Dilamar Machado, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão Preliminar estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nº 35, 38, 36, 37, 40, 20/90, o Projeto de Executivo nº 25/90, discutidos pelos Vereadores Dilamar Machado, Airto Ferronato e Adroaldo Corrêa; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/90, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 16/90, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/90, o Substitutivo º 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 23/90; em, 3ª Sessão o Projeto de Lei do Legislativo nº 33/90, o Projeto de Lei do Executivo nº 22/90, os Projetos de Resolução nºs 51/89. 07, e 13/90. constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade o Sr. Secretário apregoou o recebimento de duas emendas de Líder, dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, subscrita pelo Ver. Lauro Hagemann, e Vieira da Cunha, subscrita pelo Ver. Dilamar Machado ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/89 e de duas emendas de Líder, do Ver. Artur Zanella, ao Projeto de Lei do Executivo nº 95/89. Na ocasião, o Sr. Presidente acolheu Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca do procedimento a ser adotado, conforme a nova Lei Orgânica Municipal, para concessão de Títulos Honoríficos de Cidadão Emérito e de Cidadão de Porto Alegre por este Legislativo. Às quinze horta e cinqüenta minutos, foram suspensos os trabalhos, nos termos do artigo 84, III do Regimento Interno. Às quinze horas e dezesseis minutos, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos e o Sr. Presidente registrou a presença, na Casa, dos Senhores Ernani Machado, Adebal Barbosa Faria e Fernando da Costa Gama, integrantes da Mesa Administrativa da Irmandade do Divino Espírito Santo, convidando os Vereadores Martim Aranha e Jaques Machado a conduzirem S. Sas. Ao Plenário. Após o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Dr. Aderbal Barbosa Faria que, em nome da Irmandade do Divino Espírito Santo, discorreu sobre os objetivos das visita hoje feita a este Legislativo, destinada a trazer à Casa a Bandeira do Divino Espírito Santo e convidou a todos a para, dia três do corrente, participarem da festa da sua irmandade, evento religioso tradicional de Porto Alegre. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Dilamar Machado que, em nome da Casa, discorreu sobre a importância da presença, neste Legislativo, de representantes da Irmandade do Divino Espírito Santo, com sua mensagem religiosa de fé e de esperança. Às quinze horas e vinte e oito minutos, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos, nos termos do artigo 84, II do Regimento Interno, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de “quorum”, as quinze horas e quarenta e três minutos, dando-se continuidade a Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/89, juntamente com as emendas nºs 01 e 02, após ter sido encaminhado à votação pelo Ver. Isaac Ainhorn e, também Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que esse Projeto seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data; aprovado, ainda, o Projeto de Lei do Executivo nº 95/89, pela unanimidade de vinte e oito Votos SIM, em votação nominal a Requerimento aprovado do Ver. Artur Zanella, juntamente com a emenda nº 03, por vinte e oito Votos SIM contra uma ABSTENÇÃO, em votação  nominal a Requerimento aprovado, apresentado pelo Ver. Nelson Castan; ocasião em que o Senhor Presidente apregoou o Requerimento do Ver. Artur Zanella, solicitando a retirada das emendas nºs 01 e 02; o referido Projeto foi, anteriormente, discutidos pelos Vereadores Wilton Araújo, Dilamar Machado, Artur Zanella, Nelson Castan, Antonio Hohlfeldt e João Dib; aprovado, também, Requerimento de autoria do Ver. João Motta, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 905/89, seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Durante esse período da Sessão, o Sr. Presidente respondeu a Questão de Ordem dos Vereadores: Artur Zanella, acerca da modalidade da votação desse Projeto e, Antonio Hohlfeldt, acerca da distribuição de cópias aos Senhores Edis da Emenda nº 03, anteriormente apregoada pela Mesa. Das dezessete hora e quinze minutos, os trabalhos estiveram suspensos nos termos regimentais. Constatada a existência de “quorum” e reiniciados os trabalhos da Ordem do Dia, esteve em apreciação o Projeto de Lei do Legislativo nº 88/89 que, após ter sido discutido pelo Ver. Artur Zanella, teve sua apreciação protelada, por uma Sessão, nos termos do Requerimento apresentado, e aprovado, por aquela Excelência. Em continuidade, em Discussão Geral e Votação, foram aprovados: o Projeto de lei do Legislativo nº 43/89; os Projetos de Resolução nºs 01, 02 e 05/90; o Pedido de Autorização nº 01/90 e, em Votação, Requerimento nº 268/89; e os Requerimentos, solicitando dispensa de interstício e distribuição em avulsos para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data, dos Vereadores Luiz Braz, Nelson Castan Dilamar Machado e Luiz Machado, respectivamente, aos quatro Projetos acima mencionados. Foram aprovados, ainda, os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio Hohlfeldt, de Votos de Congratulações com Coral Masculino e Cinco de Julho, pela passagem dos seus quarenta anos de existência; com a Senhora Nélida Piñon, por sua posse na Academia Brasileira de Letras; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Valesca de Assis, pelo lançamento do seu primeiro livro “AValsa da Meduza”; com a Casa de Portugal e com a Biblioteca Luiz de Camões, pelo lançamento do livro do Cônsul de Portugal ao Rio Grande do Sul, Emídio da Veiga Domingos; com o Engenheiro Pedro Bicsch Neto, pela sua posse como Diretor Geral na Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas; com a Professora Hilária P. Badke, pela passagem dos seus vinte e cinco anos de seu exercício de magistério; com a nova Diretora do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul; com o Major Cirugião-Dentista, Itaboraí Reveredo Kunert, pelo recebimento do título de Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia Militar; com André Lofeirman – Presidente, Margaret Tse, Artur Garrastazu Gomes Ferreira, Eduardo Tevah e Jorge Eduardo Soares Estima, Diretores, por suas posses no Instituto de Estudos Empresariais; com Juracy Conegato Marque por sua posse como Diretora-Presidente da Fundação para Desenvolvimento dos Recursos Humanos; com  nova Diretoria do Montepio do Município de Porto Alegre; com a Assembléia Legislativa do Estado pela passagem dos seus cento e cinqüenta e cinco anos; com a Escola Superior de Educação Física do Rio Grande do Sul, pela passagem dos seus cinqüenta anos; com Edemar Morel Tutikian pela posse na Superintendência da Legião Brasileira de Assistência; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Dirceu Spalding de Almeida Wedy, de Rui dos Santos Gonçalves, de Ruy Porto, e solicitando seja realizada, dia onze de setembro do corrente ano, Sessão Solene dedicada a homenagear os Administradores; do Ver. Cyro Martini, de Votos de Congratulações com Pedro Gonçalves da Silva, pela passagem do quadragésimo quinto aniversário da participação do mesmo na Força Expedicionária Brasileira; com o Clube de Mães Antonino Carlos de Tibiriçá; e com Rui Barbosa da Silva por ser o morador mais antigo do Bairro Glória e esportista destaque nacional; do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o Projeto “Porto Alegre – ano dois mil”, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das comissões competentes; do Ver. Edi Morelli, de Voto de Pesar pelo falecimento do Bacharel Antonio Luiz Goulart; do Ver. João Dib, de Voto de Pesar pelo falecimento de Norma Apel Bojunga e de Kresimir Félix Petek; do Ver. Leão de Medeiros, solicitando que seja convidado a comparecer nesta Casa o Senhor Secretário Municipal do Governo, afim de que possa prestar esclarecimentos a respeito da estruturação e funcionamento da Guarda Municipal de Porto Alegre; do Ver. Luiz Braz, solicitando seja o Grande Expediente da Sessão do dia vinte e oito do corrente mês e ano, dedicado homenagear o Centro Uruguaianense, em razão do seu trigésimo quinto aniversário de fundação; do Ver. Luiz Machado, de Voto de Pesar pelo falecimento do Ver. Arnaldo Francisco Rosado de Souza; do Ver. Martim Aranha, de Voto de Pesar pelo falecimento de Armando João Petersen; do Ver. Valdir Fraga, de Votos de Congratulações com o Rio-grandense Tênis Clube, pela passagem do seu trigésimo sétimo aniversário, e solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 14/90 seja submetido à reunião conjunta das comissões competentes; do Ver. Vieira da Cunha, solicitando seja o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia vinte e sete de agosto do corrente ano, destinado a assinalar os vinte e nove anos do “Movimento pela Legalidade”; e que seja realizada uma Sessão Solene, dia vinte e três de agosto do corrente ano, em homenagem à memória do ex-Presidente Getúlio Vargas; do Ver. Wilson Santos, solicitando que seja o Grande Expediente as Sessão Ordinária do dia vinte e três do corrente mês e  ano, dedicado a homenagear o Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército, em razão do transcurso dos seus setenta e sete anos de fundação; e, da Mesa, solicitando a constituição de Comissão Especial com a finalidade de apresentar Projeto de Regimento Interno em conformidade com a Lei Orgânica Municipal, promulgada em abril deste ano. Ainda, durante a Ordem do Dia, o Sr. Presidente anunciou deferimento do requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando a retirada da Emenda de Liderança, subscrita pelo Ver. Lauro Hagemann, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/89; e registrou, também, a presença, em Plenário, do Ver. Waldemar Gauss Filho, do PFL da Cidade de Charqueadas. Às dezessete horas e vinte e cinco minutos, o Senhorr. Presidente dlevantoueclarou encerrados  os trabalhos às doze horas e oito minutos, da presente Sessão, convocando os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária d de amanhãa próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos formam presididos pelos Vereadores A Valdir Fragantonio Hohlfeldt e Wilson Santos, Isaac Ainhorn e Lauro Hagemann, e secretariados pelos Vereador Leão de Medeiroses Lauro Hagemann e Wiltron Araújo. Do que eu, LLauro Hagemanneão de Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos lida e aprovada, será assinada pelo Srenhor. Presidente e por mim.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (AValdir Fragantonio Hohlfeldt): Liderança com o Ver. Artur Zanella. Não se encontra no Plenário momentaneamente.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Eu gostaria de que V. Exª desse ciência ao Plenário da reunião havida com os servidores da Câmara no dia de ontem em relação ao reajuste de reposição salarial.

 

O SR. PRESIDENTE: Era exatamente o que eu faria, Ver. João Dib, tanto que mandei distribuir a correspondência aos Srs. Vereadores, mas como o Ver. Zanella havia pedido tempo de Liderança, nós preferimos atender. Gostaria de que o Sr. Secretário assumisse a Presidência dos trabalhos para subirmos à tribuna não apenas no atendimento do Requerimento do Ver. João Dib quanto à nossa disposição de darmos ciência da reunião.

 

O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores, Srs. funcionários da Casa. Nós, no dia de ontem, dando seguimento à discussão iniciada com o Sindicato dos nossos funcionários e, após, a discussão prévia com a Mesa Diretora e algumas consultas com lideranças que estavam avançando gradualmente na discussão, tivemos o prazer de comparecer à assembléia dos Srs. funcionários, na parte da tarde, entregando aos funcionários da Casa, dentro de um consenso que colhemos de consultas informais com os Vereadores, aquela que poderia e deveria ser a proposta básica da Mesa e da Presidência, neste momento, às reivindicações dos Srs. funcionários.

Nós distribuímos, hoje, aos Srs. Vereadores, cópia desta correspondência para que exatamente todos os Vereadores tenham ciência e onde nós colocamos que tendo em vista o impasse surgido, impasse que esperamos, evidentemente momentâneo, surgido nas negociações entre o Simpa e o Executivo Municipal, tendo em vista que há uma postura de autonomia do nosso Sindicato aqui na Casa com relação ao Simpa, mas há, também, uma autonomia e há uma idéia conjunta da mesma luta, da mesma reivindicação que deve ser respeitada, tendo em vista que, obrigatoriamente, no dia de ontem nós precisávamos tomar uma decisão, eis que precisávamos mandar rodar a folha de pagamento, sob pena de não termos a folha rodada no prazo tradicional e, tendo em vista, sobretudo que, apesar de haver autonomia do Legislativo em relação ao Executivo, temos também a dependência do duodécimo e, portanto, também a dependência da isonomia salarial.

Poderíamos apenas nos antecipar em relação à proposta mínima, o que nos tranqüilizava quanto à legalidade do que viesse a ser proposto, que era o percentual dos 16,62%, exatamente a correção da inflação do bimestre março/abril, imediatamente repassada à correção orçamentária e, conseqüentemente, do duodécimo da Casa e, em conseqüência, do salário dos funcionários. Mais do que isto, nós propusemos aos funcionários, em respeito às negociações que estão em desenvolvimento e que esperamos que chegue a um bom termo, aguardaríamos até o dia 31 de maio, após consultar a Mesa. Se até lá nós não tivermos visto um resultado final entre o Executivo e o Simpa, entendemos que, independentemente da decisão que este Plenário tomar quanto a uma eventual mediação em relação ao problema global, esta Presidência pretende discutir com a Mesa, com as lideranças, com os Vereadores da Casa o encaminhamento de uma decisão autônoma, porque entendemos que é fundamental que esta Casa continue atuando como sempre o fez e, evidentemente, no caso, o que esperamos um acordo entre o Simpa e o Executivo será exatamente extensivo à Casa e seus funcionários. Faríamos o pagamento imediato em folha suplementar e para isto o nosso serviço de processamento de dados está preparado para atuar.

A decisão soberana da assembléia dos funcionários, para nós, Vereadores, foi uma decisão que me permito interpretar, de um lado, como um voto de confiança à Mesa Diretora e, de outro lado, como uma posição madura e de absoluta responsabilidade dos Srs. funcionários. Interpreto como voto de confiança na medida em que, rejeitando a proposta, no entanto eles se mantêm em seus serviços, sem a paralisação, no que quero aos funcionários agradecer, e de maturidade, porque em nenhum momento nós pretendíamos, com esta proposta, dividir ou quebrar movimentos, e isso ficou bem claro na nossa colocação ao Sindicâmara e nas discussões por toda a manhã, que fizemos com a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que é a minha Bancada partidária nesta Casa, que recebemos o respeito absoluto dos nossos Vereadores, da Mesa Diretora e da maioria dos Vereadores das lideranças que havíamos consultado. Lembro que cheguei a conversar com o Ver. Lauro Hagemann, com o Ver. Wilson Santos, com o Ver. Leão de Medeiros, com o Ver. Artur Zanella, uma série de Vereadores que consultamos, era unânime que deveríamos nos antecipar a uma decisão do Executivo, que ainda não tem decisão se vai, no mínimo, fazer o repasse dos 16,62%, ou se vai partir para uma outra solução. Como nós tínhamos que tomar uma decisão ontem, e não queríamos ir além das nossas chinelas, consultamos a Auditoria da Casa, que nos deu esta orientação, e consultamos os setores, que respondem pela elaboração da folha.

Então, Ver. João Dib, como V. Exª solicitou um relato, que eu já me dispunha a fazer, e acho que foi importante a decisão tomada pelos funcionários desta Casa e eu quero agradecer por isso. Acho que mostrou maturidade com respeito ao conjunto do movimento, mostrou maturidade e responsabilidade com relação à Casa, que é importante e que eu me permito interpretar, mostrou confiança no nosso trabalho até o dia 31 de maio, quando, quero repetir, entendo que se até, infelizmente, não pudermos chegar a um acordo, o que eu espero que ocorra, nós teremos que encontrar uma solução e neste sentido eu deixo colocado, como o fiz por escrito ao Sindicato e aos funcionários, colocado também aos Vereadores a minha disposição de abrir uma rodada de negociações, onde vamos considerar, inclusive, a possibilidade de encaminharmos uma proposta autônoma da Câmara, porque não queremos prorrogar este problema e entendemos que podemos chegar a soluções, se não globais, ao menos no que tange a esta Casa. Agora, é evidente que esta não será uma decisão isolada do Presidente ou da Mesa, nós entendemos que deverá ser uma decisão conjunta dos 33 Vereadores, até porque implicará um Projeto de Lei a ser votado por esta Casa, um Projeto de Resolução de Plenário a ser decidido por esta Casa.

Estas foram as colocações que queríamos fazer, aproveitando inclusive a presença dos funcionários que decidiram soberanamente o que acreditamos serão respeitadas por nós durante os próximos dias.

Eu fico à disposição dos Srs. Vereadores que queiram fazer suas colocações e quero, mais uma vez, agradecer aos funcionários a decisão e respeitar a decisão tomada por eles, torcendo para que nós possamos ter a solução o mais rapidamente possível. E acho, inclusive, que nós poderemos colaborar, não apenas os Vereadores isoladamente, mas a Casa como um todo, para buscarmos uma solução no impasse que se coloca, que me parece que é por pequenos detalhes, na resposta que aí está posta e que, quem sabe a gente poderá ultrapassar isso na continuação das conversações, inclusive com a entrada no cenário desta Casa, da Bancada do Governo, como das demais bancadas, das lideranças, como tem sido a tradição do Legislativo em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Liderança com o PDS. Com a palavra o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de qualquer coisa, eu desejo cumprimentar o Sindicâmara pela sua colocação correta e coerente com aquilo que disse desta tribuna quando usou a Tribuna Popular. Cumprimentos aos servidores da Câmara Municipal que deram o seu apoio ao Simpa, fazendo com que o Executivo, que não pode ser cumprimentado por este Vereador pela maneira como está tratando o problema, também pense em buscar uma solução o mais rápido possível.

Eu quero dizer que desta tribuna eu falei que não posso entender que o Prefeito saia da Cidade para tratar de problemas políticos quando a Administração está com uma greve declarada na Cidade. Não vou nunca entender isso! Como também não posso entender que a Administração já começa a dizer que está arrecadando menos e que está recebendo menos, porque está perdendo 25% de ICM, e não sei quanto de ISSQN, o que não é verdade. Não é verdade porque não nos os balancetes que deveríamos receber. Mas, ou o Estado mente, e não acredito que faria tal coisa, porque todas as previsões de arrecadação de ICM foram superadas. Agora, no mês de abril, arrecadaram quase 50 bilhões, superando todas as expectativas da Fazenda do Estado. E se arrecadaram 52 bilhões de cruzeiros, a Prefeitura arrecadou mais, e desses 52 bilhões, cerca de um bilhão, setecentos milhões é para a Prefeitura de Porto Alegre, que tem no seu Orçamento oito bilhões e oitocentos milhões de arrecadação para todo o ano. Num mês – que não é o que dá mais ICM – ela está arrecadando um quinto daquilo que deve arrecadar todo o ano. E nós sabemos que em julho, agosto, novembro e dezembro, ela vai arrecadar muito mais do que as previsões. Então, pelo amor de Deus, não venha o Prefeito, que não está cuidando dos problemas da Cidade, pois vai viajar para cuidar de problemas políticos, e não de problemas Administrativo, até por ser Prefeito ele não pode fazer parte do Diretório Nacional do PT, mas vai a todas as reuniões do PT. Não vai cuidar da Cidade, vai cuidar do seu Partido. Não, ele não é mais o Prefeito do PT, ele é o Prefeito de Porto Alegre, e tinha que estar cuidando e buscando uma solução. Eu fico triste porque só eu votei contrariamente a viagem do Prefeito. Até aqueles que querem o “impeachment” do Prefeito vieram à tribuna defender a viagem do Prefeito.

Então, quero que o Prefeito sente à mesa, quero que o Prefeito respeite esta Casa, que responda à Comissão de Justiça, como não respondeu, respondeu com dados imprecisos, que tenha respeito. Esta Casa está sendo desprezada pelo Executivo Municipal e nós estamos coniventes porque estamos muito quietos, só damos entrevistas nos jornais e aceitamos tranqüilamente que o Prefeito desconsidere esta Casa.

Eu acho, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que está chegada a hora de os Vereadores irem ao Prefeito, porque querem uma solução definitiva. Não quero dizer o que ele vai fazer ou deixar de fazer. Mas nós temos que participar, nós temos que ir lá dizer: Prefeito, nós queremos a solução do problema. Esta mesma tranqüilidade, serenidade que o Sindicâmara teve, deve ser a conduta da Câmara Municipal através de uma Comissão que vá ao Prefeito. Nós queremos saber o que está acontecendo na Fazenda, nós temos o direito, pela Lei Orgânica. Queremos saber quanto dinheiro tem entrado lá. O que é feito do dinheiro? Porque só mostra para a população o municipário como um marajá, uma pessoa que não está interessada na Cidade, só mostra o Município como um desatento. Mas, talvez, sejam os 823 estagiários que a Administração tem, coisa nunca vista; talvez sejam as cartas-contrato que estejam consumindo o dinheiro que entra na Prefeitura; talvez, até por ter tantos estagiários, não saibam controlar os acontecimentos da municipalidade, porque a elite dos servidores municipais está jogada às moscas. O Secretário da Fazenda não é da Fazenda, o seu substituto não é, e o seus assessores também não são da fazenda. Dois anos e quatro meses, já devem ter aprendido alguma coisa, mas já estão saindo e não aprenderam tudo, e assim as outras Secretarias têm as mesmas condições. A elite dos servidores municipais não está recebendo do Prefeito Municipal o apoio e a atenção que deveria merecer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do Sr. Ernani Machado, Provedor, e do Sr. Manoel José Martins, alferes da Bandeira do Divino Espírito Santo, na sua visita tradicional, anual a esta Casa. Queremos lhe dar as boas vindas e convidar o Dr. Ernani Machado, se quiser fazer o uso da palavra poderá utilizar a tribuna.

 

O SR. ERNANI MACHADO: Aos ilustres e dignos Vereadores de nossa Cidade de Porto Alegre, à respeitosa Casa do Povo Legislativo da Capital do Estado. Se eu estivesse vindo em meu nome, Ernani, ou se eu estivesse não revestido de uma posição religiosa, eu não estaria, agora, teria me armado com a Bandeira do Divino para adentrar à Casa e para ter esta fortaleza de diante de Vós todos tentar dizer o que é o Divino Espírito Santo e porque ele anda em nossas mãos e em nosso ombro. E, porque, também, nós, hoje, sexta-feira, em que chegamos aqui e vemos pessoas buscando os seus direitos sociais e humanos. Curioso que sempre que o Divino Espírito Santo chega às ruas de Porto Alegre, ele se defronta com greve na área de educação, com greve na área bancária, com greve, agora, na área municipal. Dignos membros da nossa sociedade porto-alegrense: será que nós, criaturas humanas, não estamos andando desvinculados da interioridade do nosso ser? Será que as coisas materiais e humanas e mundanas não estão ficando acima do sobrenatural? Será que as divergências políticas, econômicas e financeiras não se estribam além dos nossos desejos puramente materiais? Porventura nós outros temos rezado todos os dias quando saímos de nossas casas, nós temos nos lembrado que acima de nossa inteligência, de nossa sabedoria do nosso ser todo empolgado no conhecer assuntos tributários, assuntos políticos, assuntos constitucionais, assuntos civis, assuntos criminais, assuntos administrativos, não estamos deixando embaixo da cama a “Ave Maria” que mamãe nos ensinara? Ou será que não mais queremos nos benzer quando chegamos ou quando até passamos diante de uma Igreja com a porta aberta ou fechada, e sozinho sem que ninguém nos veja, nós nos voltamos contra a porta e nada fazemos?

Exatamente por isso, dignos dirigentes desta Casa Legislativa porto-alegrense, aqui nós estamos. Muitos dirão que o tempo da Bandeira do Divino já passou, é folclórico; outros dirão, ainda, que Espírito Santo já era; e outros, mais atrevidos, talvez até nos indaguem: será que esta pomba, será que este pano vermelho resolve alguma coisa quando estamos chegando ao ano de dois mil e vamos ao terceiro milênio? E talvez outros, um tanto até desleixados com a sua fé interior, nos indaguem: vocês não estão sendo ridículos a andar, a espalhar, ou tentar espalhar o que seja Espírito Santo no mundo? Nobres Vereadores, homens inteligentes, homens que trazem o voto lá de cima do Morro da Cruz, por tudo isso, Sr. Presidente, tudo isso, Srs. Vereadores, é que nós estamos com a Bandeira. E para demonstrarmos esse amor, nós convidamos, com muito respeito, independente de credo, não importa saber de que credo nós somos, o importante é todos nós sabermos que somos cristãos. E como cristãos, nós deixamos esta tribuna dizendo, corajosamente, sem qualquer tipo de vergonha. Pai Nosso...

 

(Reza-se o Pai Nosso.)

 

O SR. ERNANI MACHADO: Que o Espírito Santo ilumine os grevistas, que o Espírito Santo ilumine esta Casa Legislativa, que o Espírito Santo ilumine o Prefeito, que não teve a coragem de receber a Bandeira do Espírito Santo. Ficou de marcar para nós a data da visita e faleceu num só desejo. Saibam que nem a Bandeira do Divino este ano subiu a escadaria da Prefeitura de Porto Alegre. Sejam felizes.

 

O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): A Mesa registra a visita do Dr. Ernani Machado, Provedor; do Sr. Manoel José Martins, alferes da Bandeira do Divino Espírito Santo.

Liderança com o PL. Com a palavra o Ver. Wilson Santos.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Srs. funcionários da Casa em geral. Quero apenas enfocar um assunto. Este assunto tem um número: 6679. E este número é o número de uma Lei, esta Lei foi aprovada, uma Lei de origem do Executivo, aprovada nesta Casa. Eu quero apenas ler os parágrafos 2º e 3º do artigo 4º. O parágrafo 2º diz o seguinte: (Lê.) “A parcela de 31,64% restante poderá ser paga ainda no corrente ano, ou seja, 1990, dependendo de avaliação de desempenho da receita e despesa de pessoal a ser feita em novembro próximo”. Parágrafo 3º, peço a máxima e absoluta atenção: (Lê.) “O saldo dos reajustes concedidos, se houver, será pago em janeiro de 1991, juntamente com a bimestralidade correspondente à bimestralidade da inflação de novembro e dezembro do corrente ano”. Pois esta Lei aprovada nesta Casa, o Projeto aprovado, sancionado pelo Sr. Prefeito, existe uma dívida de 28,56%. Portanto, eu, em respeito ao Parlamento, em respeito à Lei, que deveria estar acima de tudo, eu não vou falar absolutamente mais nada. Existe uma dívida legal de 28,56% para os funcionários desta Casa e para todos os municipários.

Eu acho que não haveria necessidade, neste tocante específico, de nenhuma greve, de nada, absolutamente nada, só o respeito à Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PMDB. Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente que não sou a pessoa mais competente para falar sobre este assunto e dar explicações ao Plenário. Competente é o Presidente da Comissão de Justiça, mas acho que devemos esclarecer alguma coisa. Na verdade, tramita na Comissão de Justiça, queiram ou não queiram, um Processo. Há um Processo. Ninguém pode negar que são papéis soltos ou que não fazem coisa julgada. Há um Processo tramitando na Comissão de Justiça envolvendo denúncias contra o Prefeito da Cidade. Denúncias formalizadas da tribuna da Casa, e por escrito, pelo Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Prefeitura de Porto Alegre. A Comissão de Justiça tem sido cautelosa na análise da matéria, porque a conseqüência da decisão da Comissão de Justiça não vai ficar, digamos assim, no amontoados de papéis ou na gaveta da Comissão. Absolutamente, o assunto vai vir ao Plenário. Ontem, foi passado à Assessoria Técnica Parlamentar com a determinação, ao Coordenador da Assessoria para desenvolver esse Processo devidamente instruído, assessorado, no que a Comissão precisava o assessoramento até hoje. Hoje, este Processo volta devidamente assessorado e entregue, ainda hoje, ao Vereador Relator da Comissão, Ver. Omar Feri, para que na segunda-feira a Comissão julgue este Processo. E o que a Comissão vai julgar? A Comissão vai julgar com clareza, à luz dos documentos, se o Prefeito cumpriu ou não cumpriu a Lei. E se o Prefeito não cumpriu a Lei, evidentemente ele será responsabilizado por esse delito.

Então, Srs. Vereadores, nós não vamos dizer que não existe um Processo, que a Comissão não está trabalhando. A Comissão está trabalhando e rigorosamente dentro da Lei. Há um Processo formal e as conseqüências podem ser desde a convocação do Prefeito até outras medidas legais cabíveis. Nós comentávamos, ontem, na Comissão, que foi até muito bom o Prefeito não ter convocado integrantes da Comissão para uma reunião que faz com o Sindicato e com o grupo de assessores pró ou contra o orçamento, eu não entendi bem aquela Comissão que ele montou. Foi muito bom não ter convocado, Ver. Dilamar Machado, integrantes da Comissão de Justiça, porque a essa altura dos acontecimentos os integrantes da Comissão de Justiça têm uma tarefa muito séria: há de julgar em Primeira Instância, sim, o Prefeito de Porto Alegre. E, se participassem dessa Comissão, envolveria como parte, e eu acho que a Comissão de Justiça e seus integrantes têm que estar com toda a isenção para dar com seriedade, com tranqüilidade uma decisão. E não vamos negar que não se deu prazo para o Prefeito tentar acertar com o funcionalismo o não cumprimento da Lei. Poderia acertar e pode acertar neste fim-de-semana. O Prefeito pode e deve acertar esse fim-de-semana com o funcionalismo aquilo que ele deixou de cumprir. Se até segunda-feira o Prefeito acertar com os funcionários municipais, a Comissão de Justiça estará mais tranqüila para dar uma decisão. Se até segunda-feira o Prefeito não cumprir a Lei, as coisas serão difíceis para o lado do Prefeito Municipal, porque nós temos responsabilidades, tanto o Vereador como o Prefeito. E as responsabilidades estão aí escancaradas na Legislação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDT. Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho muito difícil isso, pois não vejo como o Sr. Prefeito Olívio Dutra vai resolver o impasse no final de semana, já que ele está em são Paulo tratando de assuntos do seu Partido.

Tenho algumas questões a levantar aos companheiros do PT. Primeiro, os operários celetistas da Prefeitura não tiveram o seu salário da quinzena creditado. Isso é uma prática de direito de greve que não é democrática, colocando os interesses legítimos dos municipários em xeque contra a força de quem paga ou não os seus salários. Na tarde que passou, por iniciativa de um funcionário do DMLU, operários garis da Prefeitura, vejam só a incoerência do fato, os garis, no Dia do Gari, quando estavam sendo homenageados aqui na Câmara foram agredidos pela Brigada Militar lá no lixão da Zona Norte. Segundo um companheiro do DMAE, enquanto os trabalhadores do DMAE estão aderindo à greve, embora preservando a essencialidade dos serviços de abastecimento de água, as empreiteiras contratadas pelo DMAE estão fazendo os serviços dos funcionários e recebendo em dia os valores. O Sindicato está na seguinte situação, neste momento: não pago o serviço, não sendo repassado o desconto, também fica em situação difícil. Há um impasse? Há!

Diz o Ver. João Dib que o Prefeito Olívio Dutra é professor em greve. Eu ainda acredito – pois estou como a Ane Frank – apesar de tudo acredito na humanidade, ainda acredito na competência, na fraternidade e no espírito de trabalhador que tem o Sr. Prefeito Olívio Dutra. Também acredito no Partido dos Trabalhadores que não pode abandonar os trabalhadores nessa hora. Volto a insistir: esta Casa precisa tomar uma posição dura, definitiva e frontal com relação à matéria, pois estamos diante do risco de ver os companheiros municipários voltarem ao trabalho sem nenhuma conquista e derrotados numa greve legítima. Isso não é bom para o Sindicato, para os municipários, muito menos para a Administração do PT. A CJR deve se definir na segunda-feira, segundo o Ver. Clóvis Brum. Acho que já está definindo-se tarde. Já deve fazer mais ou menos dez dias que essa matéria está tramitando na CJR. Qual a questão que levantamos na Sessão, naquela do Plenário novo? De acordo com a denúncia do Presidente do Simpa, para quem não lembrar: o Prefeito Olívio Dutra está ou não descumprindo a Lei? Se estiver, ele está enquadrado no crime de responsabilidade. Assim, ele fica alvo de um pedido de “impeachment” desta Casa. É isso que quer a Câmara? É isso que querem os Vereadores? Não, não é. Não estamos e nem temos vocação para cassar nem mandatos, nem administração de ninguém.

Agora, parece que o Sr. Prefeito Olívio Dutra caminha para esse ponto sem dar a mínima atenção ao Legislativo do Município. Quando se trata de aumentar impostos nesta Cidade, de criar taxas é muito comum ver-se transitando pelos corredores da Câmara Municipal da Cidade de Porto Alegre o companheiro e Vice-Prefeito do PT, Tarso Genro, o Secretário Buchabqui, o Secretário João Verle, o próprio Prefeito Olívio Dutra, diversos assessores, mas hoje não vem ninguém. Simplesmente desapareceram da Câmara por uma razão clássica: esta greve é uma greve do PT contra o PT, há uma luta absurda dentro da Administração, entre a convergência e o PT, e alguns outros setores do PT, a convergência está muito forte nesta luta e eu quero dar o meu abraço ao companheiro Alvarenga que, indiscutivelmente, está demonstrando que tem uma grande liderança junto aos trabalhadores do Município. Agora, o que nós queremos, companheiro Alvarenga, e acho que os demais companheiros do PT, e os demais Vereadores desta Casa e o PDT propõe, por delegação do Líder Nereu D’Ávila, que essa Casa componha, hoje, já que não fomos chamados, nós vamos à luta, nós precisamos estar ao lado dos municipários, até porque, companheiro Dib, no ano que vem a Administração do PT termina, mas os nossos companheiros da Câmara, funcionários da Prefeitura, do DMAE e todas as Autarquias, eles continuam. Ali é a vida e a luta deles. O que queremos é uma solução que venha pacificar a Cidade. Mas jamais iremos permitir que a solução final deste processo seja a desmoralização da luta dos companheiros municipários. O que nós queremos é um resultado final que seja factível para a Administração do Município, mas que seja satisfatório para os municipários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa adverte aos companheiros que nos visitam, especialmente aos funcionários da Casa, que conhecem o Regimento Interno, que não pode haver manifestações das galerias e pede a colaboração de todos.

Não havendo mais lideranças inscritas, com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, pelo PT.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, colegas funcionários, nós, por força da nossa função como Bancada de Governo, e também como liderança do Partido dos Trabalhadores, queríamos dar uma satisfação que acho mais do que justa aos funcionários desta Casa e aos Vereadores, porque tem sido sempre esta a nossa posição. Achamos que os discursos que foram feitos, hoje, aqui, a começar pelo Presidente da Casa, que na atual circunstância é também membro do Partido dos Trabalhadores, portanto foiquero deixar bem claro – uma posição madura do Presidente da Casa com a Mesa dirigente e com a Bancada, que com unanimidade entendeu que era importante que fosse reconhecido, no mínimo, neste momento, o índice de 16,61%, que era o índice que poderíamos dar em termos de bimestralidade. Nós o fizemos mesmo sabendo que ainda não existe no Executivo um acerto definitivo com o Simpa, como também das outras questões que estão a instrumentalizar esta discussão e que levaram os funcionários à greve e ao impasse.

Quando discutimos isso na nossa Bancada, nós levamos em consideração, fundamentalmente, que existe uma autonomia de poderes, por um lado. Por outro lado, existe Sindicato autônomo também. Aqui existe o Sindicâmara, lá existe o Simpa, os dois estão trabalhando juntos numa mesma bandeira, numa mesma questão, mas tem uma atitude muito mais politizada e madura e mais unitária sem os desvarios, sem os desaforos, sem os destemperos cometidos pelo Presidente do Simpa, que tem prejudicado enormemente as negociações, porque na hora de negociar a coisa está indo para um padrão ele vira a mesa, e aí não há quem consiga.

Então, nós hoje estamos aqui em nome da Bancada para dizer: primeiro, o Prefeito tem o direito de viajar, vai viajar, e o Vice-Prefeito assume, e o Vice-Prefeito está permanentemente trabalhando junto. Nós não temos esse problema de solução de continuidade, existe uma Prefeitura onde todos estão imbuídos no mesmo espírito; segundo, só para responder ao Ver. Dib, com todo o respeito, nós não vamos entrar no mérito. O problema dos números, que está sendo discutido, realmente é uma questão do Executivo com os municipários em geral, mas é importante que se diga que a arrecadação não vai tão bem assim, é importante que se diga que está descendo 10% ao mês, que a arrecadação está atacando para valer e que isto é uma responsabilidade nossa, do Prefeito, dos Vereadores, da comunidade. Então, aquela questão da limitação ela está sendo levada muito a sério. Por quê? Porque de repente a Prefeitura fez compromisso com o orçamento aprovado pela Câmara, inclusive o orçamento comunitário, com as obras que estão previstas, e esse compromisso de investimento não pode falhar. Porque a comunidade, ontem, não pelo Prefeito ter convocado, mas porque pediram audiência 32 representantes das comunidades, eleitos pelas comunidades, e ninguém vem aqui dizer que não é verdade. Inclusive existem pessoas ligadas a funcionários, aqui, que participam, que são do conhecimento, foram lá dizer ao Prefeito: “Olha, Prefeito, a gente acha que os funcionários têm razão, mas nós não abrimos mão dos investimentos”. E ele disse: “A proposta que eu fiz passa de 75% esse mês, nos meses seguintes eu recupero um pouco.

Então, estou jogando com os números para que na média de 75%, isto que o Simpa não está entendendo, isto que o Simpa está prejudicando o trabalho, porque se a arrecadação no parecer de alguns vai ser possível, vai ser boa, como dizem alguns Vereadores, então porque não aceitar a idéia de que a Constituição, inclusive, exige? Nós sabemos o quanto é válido e têm razão os funcionários e isto nós vemos com muita sinceridade com a história de quem sempre esteve nesta luta. Agora, se não houver um acerto em relação ao problema da receita, a coisa vai ficar indefinitivamente sem condição de resolver. Então, a nossa visão, da Bancada, é de defender a proposta do Executivo, no sentido de que sabemos que ela tem o máximo de empenho para acertar e que é honesta com relação a questão dos números, e por isso ela propõe a reposição, em partes, daquela questão dos resíduos, e o índice tem que ser discutido. Por enquanto é o IGP com o resíduo de fevereiro. A discussão do resíduo de abril do ano passado poderá ser colocada. Não foi colocada, num primeiro momento, mas nunca houve uma negação da Prefeitura com relação a isto, tanto que ela pagou uma parte do resíduo no pagamento de fevereiro, 1,67%. Então, queria dizer a todos que estamos nos empenhando para que a solução venha o quanto antes no melhor índice, dentro daquela proposta ou até melhor do que já foi feita. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de fazer um Requerimento à Mesa pedindo que ela informe, oportunamente, a relação dos Vereadores que são funcionários públicos em situação funcional: se for licença, com ou sem ônus, para que a insinuação maldosa do Ver. Dilamar Machado feita há pouco, aqui, não leve a conclusões equivocadas a respeito deste Vereador e de outros, inclusive o próprio Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): A Mesa recebe, Ver. José Valdir, a Questão de Ordem de V. Exª e pede que a Diretoria Legislativa faça os encaminhamentos devidos.

Tempo de Presidência para responder a Questão de Ordem do Ver. João Dib, com relação às contas da Câmara Municipal de Porto Alegre dos exercícios de 1984 e 1985. Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ilustres servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre presentes. Estamos, em nome da Mesa Diretora desta Casa, colocando a posição acerca daquela Questão de Ordem levantada pelo Ver. João Dib, sobre onde estão as contas da Câmara Municipal de Porto Alegre dos exercícios de 1984 e 1985. Gostaríamos de dizer, inicialmente – e isso é de conhecimento público – que o Tribunal de Contas, através do Parecer nº 5788, de 1990, diz que decide aprovar as contas do Executivo e decide, entretanto, pela rejeição da matéria concernente à Câmara de Vereadores, constituídos em fatos apartados. Esta foi a informação que continha no Processo remetido a esta Casa pelo Tribunal de Contas. E naquela oportunidade, quando chegou à Casa este Processo, eu fui o Relator da matéria e tive o cuidado de analisar a situação levantada pelo Tribunal, informando aos Senhores que o Processo de prestação de contas é formado por um conjunto de duas mil folhas, em cópias e demonstrativos anexos. Parti, em primeiro lugar para a busca das contas da Câmara no Processo e para o Parecer com as razões daquela decisão do Tribunal. Em nenhum momento constou qualquer conta da Câmara no Processo. Então, eu estive visitando o Tribunal de Contas pedindo que nos fosse fornecidas as contas relativas à Câmara Municipal de 1984 e 1985, e as razões para a decisão tomada pelo Tribunal. O Tribunal não nos forneceu nem as contas e nem as razões de motivo. E acompanhei uma impugnação desta decisão por parte das autoridades da Câmara, naquele momento, autoridades que foram responsáveis pelas contas. As contas, hoje, estão no Tribunal. No meu entendimento estão suspensos os efeitos da decisão porque há ato administrativo das autoridades da Casa impugnando as razões de motivo que levaram àquela decisão.

Portanto, as contas não estão na Casa, e não está também a razão de motivos, as justificativas e as exposições a respeito do fato. Eu gostaria de dizer, até porque li, que no meu entendimento aquela decisão tem algumas incorreções, e vou dizer o porquê: o Tribunal tomou um dos quesitos dizendo que não aprovaria as contas porque havia, na época, uma determinação constitucional e legal que dizia que o Vereador recebia x” por cento do salário do Deputado. O Tribunal fez a seguinte conta: se 50 Deputadosx” cruzeiros, o montante total de gasto no mês, 33 Vereadores, 70% “y” cruzeiros, o total do mês.

Ocorre que aquela conta simples e matemática de comparação pelo conjunto não pode prosperar, na minha avaliação, e esta foi uma das razões da impugnação, porque hoje temos, por exemplo, dois Vereadores que estão assumindo em tempo de Suplência. Então, hoje, caso existisse uma norma naquele sentido não teríamos como comparar os 70%, que hoje, graças a Deus não existe mais, mas na época existia.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Ferronato, em primeiro lugar eu não formulei uma Questão de Ordem, eu fiz um Requerimento porque eu queria ver as contas. E, em segundo lugar, estou estranhando que o Tempo de Presidência seja usado por outro Vereador. Em terceiro lugar, os documentos, pelo menos um deles, que estão nas mãos de V. Exª diz com todas as letras: as contas da Câmara Municipal em 1985 foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Sobre as de 1984, que também estão no documento que V. Exª tem, eu vi os documentos que vieram para a Câmara, eu vi, só não sei onde estão agora, mas eu os vi. Então, diz aí, num desses Processos, que a Câmara contestou alguns dados. Agora, quanto ao de 1985 o Tribunal de Contas diz que as contas da Câmara Municipal foram rejeitadas. Está no documento assinado nas mãos de Vossa Excelência.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Então, só para completar, gostaríamos de dizer que existem, aqui na Casa, dois Processos onde temos alguns mapas demonstrativos. Agora, estes mapas não são aqueles documentos oficiais do Tribunal de Contas, e a nossa informação, hoje, é que estão suspensos os efeitos da decisão, porque há um recurso por parte da Presidência, na época, da Câmara. Em segundo lugar, as contas encaminhadas ao Tribunal de Contas e o Parecer do Tribunal de Contas com as exposições de motivos ainda não chegaram à Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, em complementação às colocações que nós solicitamos, e por isso o tempo de Presidência, eu solicitei que o Ver. Ferronato fizesse pela Mesa na medida em que o Ver. Ferronato conhece melhor a matéria, não só por ser o Relator, como por ser um economista e estar na Presidência da Casa conjuntamente. Em segundo lugar, estamos aguardando este relato do Ver. Ferronato e foi isso que acertamos por escrito, vamos passar a matéria à Auditoria da Casa para que ela se dirija ao Tribunal fazendo a démarche necessária, ou seja, o caso efetivamente não está parado e, nesse sentido, nós vamos fazer os acompanhamentos necessários. Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para nova verificação de “quorum” para entrarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Há “quorum”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

A palavra com, o Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, requeiro inversão dos trabalhos: em primeiro lugar a Pauta, tendo em vista o grande número de processos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Dilamar Machado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos à

 

PAUTA – DISCUSSAÕ PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PPROC.20820668/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035178/90, de autoria do Ver.  Wilson SantosIsaac Ainhorn, que denomina Rua Mário de Castilhos Ferreira um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nelson Castan: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando seja o PLL nº 178/90 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

que dá nova redação ao artigo 3º da Lei nº 4187, de 26 de novembro de 1976, que institui o serviço de táxi-lotação. (C/Emenda.)

 

PROC. Nº 0582648/910 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 0318/910, de autoria do Ver. D Jaques Machadoécio Schauren, que denomina Rua AHenrique Boldrini lexandre Camaquã um logradouro i públicorregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nelson Castan, pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. Para encaminhar, a palavra com o Ver. Décio Schauren.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o presente Projeto visa a denominar Rua Alexandre Camaquã um logradouro irregular, conhecido como Rua B”, situado na Vila Esmeralda. Eu estou encaminhando para dizer que coerente com aquilo que já defendi num Projeto de Lei que visa à participação dos moradores na denominação de logradouros, eu estou apresentando neste Projeto a comprovação de que houve a participação popular na denominação desta Rua. Houve uma reunião onde os moradores decidiram escolher o nome de Alexandre Camaquã, que foi o desbravador, que foi o pioneiro dessa rua. Assim, recuperando a história do lugar, os moradores escolheram o nome do desbravador da rua e, inclusive, em anexo vem um abaixo-assinado, com assinaturas de todos os moradores da rua, concordando com a escolha desse nome.

Eu estou fazendo este encaminhamento, porque temos recebido muitas reclamações de moradores de ruas que recebem denominação sem haver a mínima consulta aos moradores. Quando os moradores vêem, está lá pregada uma plaquinha com o nome de alguém que os moradores não sabem quem foi, não conhecem a sua história e não decidiram sobre a escolha deste nome. Então, vejam, estou reapresentando um Projeto que condiciona a denominação de logradouros irregulares, quer dizer, aquele logradouro de vilas irregulares que já são povoados, condiciona a aprovação desses Projetos à manifestação favorável da comunidade.

Vejam, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não quero com isso tirar o direito dos moradores de legislar sobre nomes de ruas, mas nós queremos que a comunidade se manifeste, isso para nós é uma questão fundamental. Porque nós entendemos que o exercício da cidadania começa exatamente aí, com questões tão simples como a denominação de uma rua, mas que são questões importantes que têm um significado mais amplo, qual seja, o de os moradores participarem do processo de urbanização, do processo de regularização de logradouros irregulares, muitas vezes, com isso, recuperando a história do lugar, bem como recuperando os valores culturais da população local.

Nós queremos, com este processo participativo, incentivar os moradores a escolher os nomes de suas ruas. Nós temos em Porto Alegre 152 Ruas “A”, nós temos 119 Ruas “B, e isso, sem dúvida, cria dificuldades para o Correio. Então, nós queremos também, com esta Lei que nós estamos propondo, a participação popular na denominação de logradouros irregulares, nós queremos incentivar a população para que escolha o nome das ruas. E eu quero cumprimentar os moradores da Rua “B”, da Vila Esmeralda, alguns deles estão aqui presentes, pela participação no processo da escolha do nome de Alexandre Camaquã”, que passa a ser o nome da Rua “B” com a aprovação, evidentemente, dessa Lei, para a qual conto com o apoio de todos os Vereadores.

Finalmente, quero cumprimentar o Carlos, Presidente da União dos Moradores da Vila Esmeralda, que foi quem coordenou este processo da escolha do nome. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, pelo PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que no encaminhamento do Ver. Décio Schauren se comprovou o papel e a ação do Vereador, até na sua ação mais simples que é mais importante, do ponto de vista da Cidade, que constitui a denominação de logradouros públicos. Eu acho correto denominar a Rua “B”, na Vila Esmeralda, de Rua Alexandre Camaquã, e procurando consultar o sentimento daquela população, do ponto de vista de denominação daquela Rua, ele cumpriu exatamente o seu papel de Vereador. E, aí, Ver. Décio Schauren, está a prova maior de que a Câmara não pode perder exatamente os poderes que lhes são inerentes, do ponto de vista da sua ação parlamentar. Eu acho que o caminho que V. Exª escolheu para escutar a população, na sua ação parlamentar, e que será julgada pelos moradores da Vila Esmeralda, está absolutamente correto. Não há necessidade de ter uma lei que diga que se deva fazer o plebiscito, que se deva consultar, para denominar, senão estaremos reduzindo e restringindo a ação do Parlamentar.

Eu dizia, então, da importância do trabalho dessa natureza, feito pelo Ver. Décio Schauren, de ir lá consultar. Algum tempo atrás se denominou, e foi um Projeto do Ver. João Motta, uma Praça lá no Jardim Vila Nova de Praça Pedra da Figueira. É uma área belíssima, talvez o Ver. João Dib a conheça, e há alguns meses tentaram invadir esse próprio municipal, que é do Povo de Porto Alegre, e havia um sentimento de que se denominasse aquela Praça de Praça da Pedra da Figueira. É um local belíssimo lá no Jardim Vila Nova. E junto, ali, há uma rua que homenageia uma das figuras mais extraordinárias da imigração italiana no Rio Grande do Sul: Carlos José Michelon. Foi o pioneiro nos transportes no Rio Grande do Sul, e a família Michelon está tratando, junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da adoção da Praça Pedra da Figueira, porque o Poder Público não tem condições de suportar o número de praças que a Cidade tem, e há um compromisso de aumento da área verde na Cidade de Porto Alegre.

Então, tudo isso foi feito por Vereadores, que deram denominações, ouviram a população. Há nomes que são vinculados a comunidades específicas, e há outros nomes que não são vinculados a comunidades específicas, mas que é uma forma de representação política da Cidade de Porto Alegre homenagear suas figuras expressivas. Há poucos momentos passou um Projeto de Lei, de minha autoria, homenageando o Advogado Mário de Castilhos Ferreira, que durante 45 anos foi Advogado do Fórum da Cidade de Porto Alegre. Ao denominar um nome de Rua de Mário de Castilhos Ferreira, nós estamos prestando uma homenagem a uma figura da advocacia do Rio Grande do Sul lá no Bairro Farrapos. Eu, sinceramente, até confesso, não consultei a comunidade do Bairro Farrapos, mas eu tenho certeza de que a comunidade entenderia essa denominação. Então, por isso, eu acho que se encontra – já encerro, Sr. Presidente, encaminhando favoravelmente – dentre aquelas prerrogativa inerentes ao Vereador. Eu acho que esse encaminhamento de V. Exª serviu exatamente para podermos fazer renovar essa discussão, que já foi objeto no ano passado quando V. Exª discutiu esse assunto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais inscritos para encaminhamentos. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento do Ver. Décio Schauren, solicitando seja o PLL nº 031/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

 

PROC.   08220785/910 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 04736/910, de autoria do Ver. Cyro Martini Wilson Santos, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Juan José Mouriño Mosquera.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação;

- da CEC. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação.cria o Bairro jardim Carvalho, altera a Lei nº 4166, de 21 de setembro de 1976, e dá outras providências.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM e 01 Sr. Vereador ABSTEVE-SE de votar.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Projeto.

 

(Votaram SIM os Vereadores Adroaldo Corrêa, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e João Bosco. Optou pela ABSTENÇÃO o Ver. João Dib.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Wilson Santos, solicitando seja o PLL nº 047/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 0896383/910 – PROJETO DE RLEI DO EXECUTIVO ESOLUÇÃO Nº 01125/910, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Professora Zélia Lacassagne.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação;que fixa os vencimentos dos funcioários da Administração Centralizada e Autarquias do Município e dá outras providências.

 

- da CEC. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando seja o PR nº 011/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai colocar em votação o Requerimento do Ver. Adroaldo Corrêa, de Voto de Congratulações com a Gazeta Afro-Latina pela edição de lançamento de seu primeiro número. Nós alertamos as galerias que não são permitidas as manifestações. Em votação o Requerimento do Ver. Adroaldo Corrêa. Nós vamos suspender os trabalhos por dois minutos aguardando a entrega, na mesa, do Requerimento do Ver. Nelson Castan, solicitando a sua licença no dia de hoje. Estamos colhendo os votos do Relator. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (às 11h24min): Para encaminhar, o Ver. Adroaldo Corrêa.

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando a oportunidade da solicitação de destaque, do Ver. Clóvis Brum, nós vamos dar uma pequena nota, daqui desta tribuna, a respeito de um jornal feito por jornalistas, propriedade cooperativada e que busca alternativas de comunicação a um segmento social majoritário em nossa Cidade, em nosso Estado em algumas regiões, e no Brasil no conjunto, que é o negro e seus descendentes ou os não-brancos. Acreditamos que o jornal se fazia necessário a um movimento que é pujante e é um jornal que busca o estabelecimento de que há diferença e respeito à diferença, que a partir dessa diferença prega a igualdade, a democracia e o respeito aos direitos mais elementares do homem. Este é o Editorial de nº 01 da Gazeta Afro-Latina, que saudamos nesse espaço de encaminhamento. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo matéria para ser votada, passamos à

 

PAUTA DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 085025/910 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 04937/910, de autoria do Ver. Airto Ferronato Elói Guimarães, que acrescenta parágrafos 1º e 2º ao art. 7º da Lei nº 5.891/86, que estabelece metodologia para o cálculo da tarifa no serviço de transporte coletivo por ônibus em Porto Alegre.

 

dispõe sobre obrigatoriedade das empreiteiras, pessoas físicas, jurídica e órgãos públicos, quando da execução de obras de calçamento, e reparos em vias públicas, de proceder a arborização e dá outras providências.

 

PROC.10836222/910 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 08340/910, de autoria do Ver. G Mano Joséert Schinke, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Flávio Lewgoy.

 

PROC. Nº 0410/91– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/91, de autoria do Ver. Valdir Fraga, que altera a designação de logradouro público Estrada Barro Vermelho para Avenida Barro Vermelho.

 

 dispõe sobre a veiculação de anúncios de propaganda em bens do Município e nos serviços públicos de sua competência.

 

PROC.11070848/910 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/9120, de autoria do Ver. Edi Morelli Lauro Hagemann, que cancela débitos do Conjunto Habitacional COHAB Cavalhada junto ao DMAE e dá outras providências.

denomina Praça Professor Jorge dos Santos Rosa um logradouro público localizado no Bairro Rubem Berta.

 

 

2ª SESSÃO

 

PROC.06530947/910PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO SUBSTITUTIVO 054/91002, de autoria do Ver. N. Wilson Santosereu D’Ávila, ao PLE nº 015/90, que autoriza o Executivo Municipal a abrir crédito especial e a subscrever ações das Companhia Carris Porto-alegrense.
que modifica o art. 1º da Lei nº 5.824, de 22 de dezembro de 1986, que dispõe sobre a fixação do horário de atendimento ao público nas instituições financeiras do Município de Porto Alegre e acrescenta parágrafos 1º, 2º e 3º.

 

PROC Nº 0654/90

PROC. 1056/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/91, SUBSTITUTIVO Nº 002/90, de autoria do Ver. Wilson Santos Nelson Castan, ao PLE nº 016/90, que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos adicionais no valor de Cr$ 194.000.000,00 e dá outras providências.

que estabelece a gratuidade da passagem de ônibus do transporte coletivo nos dias de eleição. Com Emenda.

 

PROC. 1 0655/90 081/91 P SUBSTITUTIVOROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO  066/91001, de autoria do Ver. Wilson Santos Edi Morelli, ao PLE nº 017/90, que estabelece o Programa Plurianual de Investimentos e o Plano Anual de Aplicação relativos aos recursos do Fundo Municipal para Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.prioridade de atendimento, em todas as repartições públicas municipais, estabelecimentos bancários e comerciais, às pessoas idosas, às portadores de deficiência física e gestantes.

 

PROC. Nº 1142/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 072/91, da Mesa Diretora, que oficializa a “Mostra Internacional de Cinema em Porto Alegre” e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0995/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que altera dispositivo da Lei Complementar nº 206, de 28 de dezembro de 1989. (Tarifa de Esgoto)

 

PROC. Nº 1104/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 021/91, de autoria do Ver. Décio Schauren, que dispõe sobre a dominação de logradouros públicos e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1210/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 081/91, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Comendador Claudius Zaluski um logradouro público localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. Nº 0948/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/91, de autoria do Ver. Cyro Martini, que autoriza o Poder Executivo a criar um Programa Municipal de Transporte Ecológico e Econômico – PROMTECO – e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1029/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 018/91, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que define critérios para Programa de Regionalização e Descentralização Administrativa, nos termos do art. 201 da Lei Orgânica Municipal, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0835/91– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/91, de autoria do Ver. Edi Morelli, que as edificações destinadas a “Shopping Centers” e seus congêneres deverão ser providas de ambulatório médico para atendimento emergencial.

 

PROC. N° 2053/90 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/90, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a obrigatoriedade de abertura do comercio varejista do Mercado Público Central aos domingos pela manhã.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1181/91 PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/91, de autoria do Ver. Wilson Santos, que estabelece data para comemoração do Dia do Policial, pela Câmara Municipal.

PROC. Nº 1148/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/91, de autoria do Ver. Clóvis Brum, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Professora Tânia Maria Heinrich.

 

PROC. Nº 0965/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 056/91, de autoria do Ver. Cyro Martini, que autoriza o Poder Executivo a criar o Serviço de Ambulância e Socorros de Urgência para as Vilas Populares – SASU e dá outras providências.
 
PROC. Nº 1167/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/91, de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta parágrafo único ao art. 11 da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990.

 

PROC. Nº 1199/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Vincenzo Gallichio um logradouro público, localizado no Loteamento Jardim Vila Nova, Bairro Vila Nova.

 

O SR. PRESIDENTE: Para discussão preliminar da Pauta, com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós confessamos até o nosso nervosismo, porque quando a gente tem uma idéia que acredita e que vem germinando e sendo aperfeiçoada há muitos anos, a gente tem medo de não conseguir traduzi-la direito e não ser bem entendido. Mas acho que este privilégio não é só meu, que muitos Vereadores, quem sabe a maioria já pensou no que eu estou querendo colocar aqui e que a nossa Bancada também, e que a Executiva Municipal também tem interesse.

Estamos correndo Pauta e já pela terceira vez ou quarta vez não houve oportunidade, e por isso estou usando esse tempo, hoje, para falar sobre o Projeto de Regionalização e Descentralização Administrativa. Entendemos que é um Projeto realmente valioso, importante, e que teve uma participação efetiva da sociedade e da Administração, nos seus mais variados órgãos. Nós entendemos que ele busca, fundamentalmente, uma questão que todos nós, aqui, por discursos mais variados temos defendido, que é a democratização da administração pública, no caso, da modernização, dessa agilização das suas estruturas, de tudo aquilo que nós ouvimos seguidamente ser criticado pela imprensa, às vezes equivocadamente, mas muitas vezes com razão, dizendo que o serviço público não funciona, que é uma máquina monstruosa, que é um elefante branco, e uma série de coisas, até desprestigiando o funcionalismo. Nós achamos que essas críticas duras, às vezes não são válidas, mas é importante que no momento em que se discute, neste País, a questão da democracia, que se discute, neste País, a questão da modernidade, a questão do Estado e a sociedade, como as coisas devem funcionar.

Nós nos concentramos, nos últimos dois anos, no estudo desse Projeto que ora começa a tramitar. Ele teve o seu nascedouro na Secretaria do Planejamento, quando estava lá, porque fui coordenador de uma Comissão onde participaram a SMOV, o DEMHAB, o DMLU, o DMAE, o DEP, a SMAM, a Secretaria do Planejamento propriamente dita, a Secretaria de Administração, o Gabinete do Prefeito, a Secretaria do Governo e a Assessoria Comunitária. Então, são vários segmentos da população e várias áreas governamentais que de uma forma ou de outra foram consultadas.

Nós já tivemos algumas experiências em Porto Alegre que não foram bem sucedidas, como, por exemplo, o DEMHAB, com a questão da Restinga. Teve momentos bons, mas depois passou a ser um organismo que não funciona. O que nós fizemos? Fizemos um estudo criterioso de todo o processo de governo, de como o governo se estabelece, como ele tem o contato com a população e onde estaria a possibilidade de a gente aperfeiçoar isso aí. Existem, também, alguns estudos em níveis internacionais, experiência de regionalização, em nível nacional e também em nível de outras cidades da Europa, Canadá, Estados Unidos, etc. O Projeto de Regionalização e Descentralização Administrativa também está levando em conta uma questão da Lei Orgânica do Município, no seu art. 201, que coloca a necessidade do Município se estabelecer, de forma a permitir, a facilitar a participação da população nos destinos da Administração Municipal.

Há poucos dias nós tivemos em Porto Alegre um Seminário muito interessante, coordenado pelo gabinete do Ver. João Motta e que trata sobre o mesmo assunto, com teses e propostas, e que hoje a gente sente pelo que foi dito, lá, pelo que tem sido ouvido na grande imprensa, nos bairros, a gente sente necessidade da Prefeitura mudar a sua estrutura de poder, no que tange a facilitar à população participar deste poder. Não no discurso, olha que este discurso se ouve há muitos anos, têm gente que já deve ter sido eleita com este discurso, mas agora se quer ver na prática, e nós sabemos que por ter sido feito um trabalho meticuloso, junto com os organismos municipais, com a participação do Gabinete do Prefeito, os setores de decisão do Governo, temos certeza que estamos tentando resumir aquilo que seria um Projeto de Lei que busque dar as diretrizes gerais, as diretrizes básicas, a questão – vamos dizer em palavras da modernidade universal – nesta visão de regionalização, e não entrar em detalhes que pudessem prejudicar o seu encaminhamento. Estes detalhes ficariam por conta do Poder Executivo na sua regulamentação, no sentido de sua implementação, e, também, porque tem que haver uma dinâmica de aperfeiçoamento durante o tempo em que eles forem implantados, e depois, na sua utilização, como centro de poder da população.

Nós entendemos que além de descentralizar o atendimento, as pessoas, as entidades de bairro, as comunidades, os setores mais variados da população, em todos os níveis sociais, além de descentralizar o atendimento, a intenção é permitir que as entidades continuem independentes perante os órgãos públicos, incentivar a organização das comunidades da região, incluir no atendimento de rotina áreas até então não contempladas com os serviços essenciais como, por exemplo, as vilas irregulares. Nós achamos que para chegar a este Projeto não foi fácil em função de que, apesar da sua obviedade, nós queríamos fazer uma síntese daquilo que realmente a população deseja, e achamos que a sua discussão, aqui neste Plenário, nas Comissões Especiais, nas Comissões da Câmara, ele vai certamente sofrer aperfeiçoamento, mas temos certeza de que a sua gênese e a sua parte fundamental, que é o que estamos propondo, possivelmente não precisasse sofrer alterações.

Este Projeto, por outro lado, vem facilitar a compreensão daquilo que precisamos na nossa Cidade. Nós precisamos ter uma visão de regionalização com a participação da população, chegar ao limite de cinco, seis ou oito regiões, se for o caso, sem perder de vista as micro-regiões, que poderão estar por dentro destas regiões através de organismos específicos. Mas o que nós queremos mostrar aqui, os centros administrativos regionais em seis, sete, oito regiões e a visão de que, inclusive, para um projeto que tramita hoje na Casa, de autoria do Ver. Vieira da Cunha, para o qual estamos estudando algumas emendas, ou quem sabe um Substitutivo, ele também vai ter vantagens na hora em que nós colocarmos as questões dos Conselhos Municipais, não populares, os Conselhos Administrativos propriamente ditos, os Conselhos Municipais assim entendidos, que hoje já existem, mas que tem que ser aperfeiçoados a essa lei, com as modificações que estamos sugerindo. Seguramente vai se valer, também, da necessidade da regionalização, e se houver as regiões, vai ser mais fácil escolher as entidades representativas das regiões, e aí as coisas vão ficar de forma democrática, vamos dizer de forma definida em nível de que toda a sociedade possa usufruir deste princípio básico que é o da participação das decisões, nos encaminhamentos, nas rotinas inclusive da Administração Pública, fundamentalmente, da democratização, da democracia participativa que virá, certamente, cooperar, colaborar em definitivo com o Parlamento Municipal com a sua democracia representativa por eleição.

Era isso que eu queria deixar como um primeiro momento deste Processo que consideramos que vai ser discutido por todos e, tenho certeza, com o apoio da maioria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na discussão preliminar da Pauta eu gostaria exatamente de manifestar-me sobre o Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz, que define critérios para o Programa de Regionalização e Descentralização Administrativa, nos termos do art. 201 da Lei Orgânica Municipal. Gostaríamos de deixar aqui de um lado a nossa posição e de ver com Simpatia o início de uma discussão em torno da descentralização da atividade administrativa da Cidade de Porto Alegre.

Durante o processo de discussão da Lei Orgânica, Ver. Clovis Ilgenfritz, nós fomos responsáveis pela proposta das Subprefeituras, e nós entendemos, ainda, que o caminho mais adequado, mais tradicional e mais identificado com as raízes da nossa estrutura do município brasileiro, em termos de descentralização administrativa, é a Subprefeitura, mas cabe, evidentemente, definir e estar dentro do espírito do Projeto de V. Exª definir os critérios em relação à ação e competência das Subprefeituras da Cidade de Porto Alegre. Aliás, este é um assunto que a Câmara já vem se preocupando, e , se não me engano, uma Comissão Externa nesta Casa com o problema das emancipações. Entendo que os processos emancipários são basicamente decorrentes da ausência de uma política de descentralização administrativa no âmbito do Município de Porto Alegre. Não sei se V. Exª concorda comigo, mas eu vejo isso. Não que interesses outros estão por traz da emancipação do Balneário de Belém Novo, mas uma coisa eu tenho claro em relação ao Balneário Belém Novo, é que há um abandono, há uma distância de quase 35km do Centro da Cidade até o Balneário de Belém Novo que faz com que o acentuado processo de descentralização das decisões administrativas faz com que Belém Novo seja, permanentemente, discutido em torno da questão da emancipação. Mas temos também um caso bem mais próximo, que faz parte do coração da Cidade de Porto Alegre, e o coração, do ponto de vista dos recursos que traz para o conjunto da Cidade, que é o Bairro Humaitá...

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa interrompe V. Exª e aproveitando que há “quorum” regimental, queremos colocar em votação o Requerimento de licença do Ver. Nelson Castan, que pede Licença para Tratamento de Saúde. Vamos colocar em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Mário Fraga assume em seu lugar, e já tendo S. Exª prestado o compromisso regimental, fica dispensado de faze-lo. O Ver. Mário Fraga está integrado à Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação.

Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas retornando ao assunto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, além do Ver. Clovis Ilgenfritz, da Bancada do PT, há um outro Vereador que tem tido uma preocupação muito grande com esse assunto, que é o Ver. João Motta. Alguns dias atrás ele realizou um fórum de discussão sobre o Processo de Descentralização e Regionalização Administrativa no âmbito da Cidade de Porto Alegre. Eu acho que essa discussão, realmente, através da iniciativa do Ver. João Motta, através do Projeto de Lei do Ver. Clovis Ilgenfritz, trazem ambos uma possibilidade muito grande de discussão.

Aliás, eu gostaria de ressaltar que há assuntos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores que merecem desta Casa uma atenção especial, no meu entendimento, e este é um deles. Esses assuntos que envolvem problemas sérios, como o assunto da emancipação, envolvem também o processo em discussão, da descentralização administrativa da Cidade de Porto Alegre, eu acho até que a Casa, como conjunto, deveria se preocupar em torno da criação de um fórum de discussão sobre isso e colher subsídios do conjunto de centenas de entidades comunitárias que hoje formam o conjunto do movimento comunitário da Cidade de Porto Alegre, de todas as regiões. Nós teremos, Ver. Clovis Ilgenfritz, sinceramente, uma riqueza de elementos para proporcionar uma legislação muito importante para a Cidade de Porto Alegre em termos de descentralização administrativa. E, pessoalmente, quero dizer a V. Exª que penso em termos de idéia de Subprefeituras. Mas quando falo em Subprefeituras, eu acho que temos que ter um cuidado muito grande para não se transformar as Subprefeituras em feudos eleitorais de “a”, de “b” ou de “c”. O que deve nos preocupar é o estado de abandono que se encontram alguns pontos de nossa Cidade. E nós sabemos, a exemplo de outras capitais brasileiras, as cidades cresceram muito, elas têm um crescimento horizontal muito grande e se torna difícil uma estrutura administrativa de trinta, de quarenta anos atrás fazer frente às atuais necessidades e aspirações da Cidade como um todo.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria concordar com as suas preocupações, são no mesmo rumo e é um assunto que empolga. Por outro lado, quero dizer sobre uma experiência que nós fizemos: quando a atual Administração assumiu havia o movimento do Parque Humaitá pela emancipação, que a Administração Collares enfrentou de uma forma difícil, de contornar uma série de coisas, porque eles tinham sustentação e argumentos importantes. Nós conversamos, na época, a Administração como um todo, o Prefeito Olívio Dutra, que eles estavam reclamando uma questão que eles têm direito, se ali se produz, quem sabe, a maior renda da Cidade e é uma região que está praticamente ao abandono, não deste Governo passado, mas em função das Vilas, das enchentes, etc. Então, nós fizemos uma ação integrada, que hoje já está tramitando também na Câmara, que é o Projeto Humaitá, e nós notamos o seguinte: com esta espécie de descentralização que está havendo na prática, as coisas mudaram, as pessoas querem participar de Porto Alegre. Isto é importante. Por outro lado, a questão do aumento das Subprefeituras, nós não usamos o termo exatamente para poder não ficar com aquela idéia dos feudos eleitorais, porque a idéia é bem diferente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu acho que se adequar bem a idéia de descentralização com Subprefeituras, eu pessoalmente quero dizer que defendo a idéia porque tem raízes na estrutura do Município brasileiro. Entendo que, realmente, não é para transformar as Subprefeituras em feudos. Não estou responsabilizando a atual Administração Municipal, mas isto é um fato histórico, de áreas como a Restinga, por exemplo, que é uma unidade regional perfeitamente delimitada, e que embora haja um Centro Administrativo, por falta de recursos, de verbas, de elementos, há um atendimento às reivindicações das pessoas, mas não há condições e infra-estrutura de atendimento àquelas comunidades. Esta é uma dura realidade que enfrentamos aqui.

A Administração Municipal retirou, no ano passado, o Projeto Humaitá aqui da Casa, até porque tinha alguns pontos que não passariam aqui, porque esse Projeto, conforme veio para cá, veio simplesmente para mudar o regime urbanístico do Bairro Humaitá, para permitir a instalação, junto a 14 mil moradores, de áreas de sub-habitação e recuperação de algumas áreas do ponto de vista comercial. Então, eu me manifestei contrariamente, neste aspecto, ao Projeto Humaitá. Evidentemente que eu não posso ser contra a canalização e o coletor nº 05, que é uma obra de grande importância, que está sendo levada à frente pela Administração Municipal. Mas espero que o novo Projeto Humaitá que vier aqui para a Câmara já venha escoimado, como diz o Vereador aqui, de alguns pontos.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Foi enviada uma cópia para os Vereadores.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu recebi, mas a sua entrega não foi confirmada oficialmente no Protocolo da Casa como Projeto de Lei. Aliás, eu elogio até um ponto: dentro dos aspectos que estão constantes, e eu li aquele material do Projeto Humaitá, nobre Vereador, encontrei uma preocupação com o centro de mão-de-obra, Centro de Mão-de-Obra Antonio Giudice que, infelizmente, a Administração Municipal abandonou por completo. E o abandono representou a perda de parte daquela área lá, por ter sido feito um serviço indevido. Houve problemas muito sérios em relação àquela obra. Então, eu aplaudo a retomada daquela obra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, Ver. João Motta. Requerimento com o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu estou pedindo a V. Exª a audiência da Comissão de Justiça, em razão do Processo       que estabelece a composição da despesa com pessoal e que teve suspensa a sua tramitação. Eu gostaria que a Comissão de Justiça dissesse se pode ou não ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu só requereria, Ver. João Dib, que V. Exª fizesse por escrito o Requerimento. A Mesa recebe e tomará as providências sem nenhum problema.

Passamos ao período de

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

Está com a palavra o Ver. Omar Ferri. Ausente. Ver. Adroaldo Corrêa.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é a título pessoal que faço ainda esta comunicação, na medida em que o próprio Partido dos Trabalhadores vai debater o tema, a Administração debate o tema e tem uma posição preliminar. O tema está nos jornais, há uma necessidade de prazo a ser cumprido. Vence em 31 de maio e, particularmente, tenho uma posição que gostaria de colocar. A comunidade de Belém Novo busca a emancipação. Não moro em Belém Novo, não tenho a preocupação da comunidade. A comunidade se mobiliza, se organiza para registrar o seu processo junto à Assembléia Legislativa. Se eu conseguir introduzir a idéia a expor, após concedo os apartes, pois são cinco minutos em Explicação Pessoal, Vereador.

Esta Casa tem uma representação na Zona Sul notadamente através dos Vereadores Luiz Machado, Mário Fraga, Artur Zanella e Cyro Martini, que é natural da região, e outros Vereadores desta Casa que obtiveram maciça votação na Zona Sul. Não procede o argumento de que a emancipação de Belém Novo esteja sendo buscada pela comunidade, porque essa comunidade não recebe serviços da Prefeitura. Não procede. A Prefeitura tem investido, sim, vimos aqui a discussão com o DMAE sobre a água, no Lami, por exemplo, seria por adutora ou por estação de tratamento no próprio Lami. Mas, água haverá; houve pavimentação, serviços no Projeto Guaíba Vive, bem comentado, bem atual, carreador de recursos para a região. A comunidade tem interesse, eles mesmos entendem isso, na emancipação, por outros motivos. Entende-se a região como uma que ainda guarda as características rurais, entende-se como uma comunidade que até pelo expressar, no vir ao centro como “vir a Porto Alegre” como uma comunidade diferente. Creio que, ainda que recursos sejam ali investidos pela Prefeitura, pelas Administrações nos diversos anos, desde 1952 há registro pela própria comissão de emancipação de que isso é uma luta daquela comunidade. Deveremos fazer o debate. Diria nesta oportunidade que, pela descentralização que se busca de serviços e aplicação de recursos, o essencial é que se ouça a comunidade, que ela verbalize a sua vontade, organizadamente, com todas as forças que ali participam, partidárias ou comunitariamente organizadas, ou por outras formas.

Acreditamos que a maior descentralização possível é a autonomia municipal. Não existe outra forma maior do que essa para uma região que reclama verbas e serviços. O argumento de que é uma região pobre, que não produz, que busca serviços basicamente em outras regiões de Porto Alegre, talvez não proceda e não resista a um exame mais firme. Na medida em que formos ver a limitação geográfica proposta, Belém Novo ficará como o principal produtor de hortifrutigranjeiros da Região Metropolitana e o principal exportador de frangos da América Latina, com a AVIPAL, que é um produto considerável. A área rural, cooperativada, poderia gerar uma riqueza ainda maior se a produção assim fosse realizada. Creio que não é só isso que justifica. Pois há as características da comunidade, a parte que a própria Belém Novo tem é de guardar para si aquela que é a sua característica fundamental, hoje, de não ser uma reserva de expansão urbana de Porto Alegre, mas sim, um Município com características de preservação ambiental, um Município que tem uma reserva ecológica como o Lami, um Município que vimos no debate, aqui, na questão da água, que tínhamos que buscar preservar a sua autonomia enquanto região de características de preservação do paisagismo. Nós acreditamos que existem sobradadas razões para que esta comunidade tenha, pelo menos, o debate da sua emancipação que é a sua autonomia de administração. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não quero cortar a seqüência das Explicações Pessoais, mas tenho certeza de que a minha inscrição não será contemplada porque é a última. Eu queria, em dois minutos, fazer duas comunicações a esta Casa, que eu gostaria que ficassem nos Anais. A primeira é que ontem estive na Assembléia Legislativa discutindo a transferência ou não da sede do DEPREC para o Município de Rio Grande e que, em função desta notícia, no mês de março eu encaminhei ao Sr. Presidente e que foi confirmado, agora, um convite ao Sr. Secretário de Transportes do Estado, Dr. Matheus Schmidt, para que S. Exª venha a esta Casa e ele fará isso segunda-feira, às quinze horas. Eu estou encaminhando às lideranças a documentação que eu tenho sobre esta questão para que todos tenham maiores subsídios.

Em segundo, é sobre a notícia que saiu ontem a respeito de Belém Novo, de que o Município – o que foi desmentido hoje – apoiava a separação de Belém Novo, o que pela nossa Lei Orgânica o Município tem que fazer o possível para que isso não ocorra. O Ver. Clovis Ilgenfritz, de acordo com a CUTHAB, está tentando entrar em contato com o Professor Ary Burger, convidando a comissão para que venha a esta Casa tentar, junto com a Câmara, uma forma de que as reivindicações daquela zona sejam atendidas sem que haja o recurso extremo da emancipação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos): Para Explicação Pessoal, com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós aproveitamos o período de comunicações pessoais para registrar nos Anais desta Casa a data que transcorre amanhã, dia 18 de maio. É o Dia Internacional dos Museus. Em 1977 a assembléia geral do Conselho Internacional dos Museus, criado pela UNESCO, decidiu instaurar o dia 18 de maio tendo como lema os museus, importantes veículos de intercâmbio cultural, promovendo o desenvolvimento das culturas, da compreensão mútua, da cooperação e da paz entre os povos. Desta forma, o Conselho Internacional de Museus define o museu como “toda a instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público e que adquire, conserva, pesquisa e expõe coleções de caráter cultural ou científico”. Sua abrangência máxima inclui os jardins botânicos, zoológicos, aquários e outros estabelecimentos onde são apresentadas espécies vivas, monumentos históricos, sítios arqueológicos, históricos ou naturais abertos ao público, os Parques Nacionais, os Planetários, Bibliotecas Públicas, Centro de Arquivo e Documentação, desde que tenham constantemente salas de exposição”.

Em função deste relevante serviço que prestam os Museus para o desenvolvimento cultural e o intercâmbio dos povos e das nações é que nós, no dia de hoje, prestamos aqui nesta Casa esta homenagem a todos aqueles que estão vinculados às atividades dos museus, notadamente os museólogos que têm um papel importante. Digno de nota é o registro de que todos os museus, em nível Estadual, foram integrados por pessoas que têm a formação, no nosso Estado, de museólogos.

Nós sabemos a importância que países de maior desenvolvimento dão aos museus. Podemos citar o Museu de Louvre, como museu artístico da maior importância, refiro os que eu tive oportunidade de conhecer pessoalmente, o Movimento de Arte de Chicago, alguns outros monumentos históricos da maior importância no mundo, como o Museu do Holocausto, localizado na Cidade de Jerusalém, que também é um retrato de todos os padecimentos, sofrimentos passados pelo povo judeu e pela humanidade durante a Segunda Guerra Mundial.

Portanto, na data que se comemora amanhã, dia 18 de maio, como Dia Internacional dos Museus, a nossa palavra de satisfação, acreditando que tanto a Cidade de Porto Alegre como o nosso Estado, dêem maior ênfase a essa atividade fundamental, que é a atividade da museologia, e que no dia de amanhã estaremos comemorando o Dia Internacional dos Museus. Aqui mesmo, com satisfação, registramos o Museu da Cidade de Porto Alegre, localizado ali na Lopo Gonçalves, como Museu modelo hoje da Cidade de Porto Alegre, e igualmente registramos dezenas de museus que temos. Amanhã mesmo haverá uma comemoração em relação aos museus, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que também é uma outra instituição, ao lado do Museu Júlio de Castilhos e outros museus que temos, o Museu do Trabalho, que o Município de Porto Alegre tem tido uma preocupação muito grande. Todas são instituições que orgulham e transformam em peças vivas a nossa cultura e que serve exatamente para transmitir e divulgar a cultura, o entendimento e o conhecimento entre os povos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. José Valdir. Desiste. Ver. João Motta. Ausente. Com a palavra o Ver. Luiz Machado.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mesmo com o Plenário com poucos Vereadores, mas de grande valia, de grande atenção, tenho certeza que vão ouvir meu pronunciamento sobre emancipação. Quero dizer que os processos emancipacionistas, ou seja, das pessoas que lutam para emancipar seu bairro e sua comunidade, esta luta para mim parte de um princípio: pelo abandono do atendimento nas áreas que moram e que vivem e a comunidade aí parte para a luta de emancipação. Agora, quero dizer que não vou entrar na questão de Belém Novo, até respeitando o Ver. Mário Fraga, que é um representante daquela região e que tem dado a sua contribuição política, comunitária e social para o Bairro Belém Novo, portanto, não vou dar opinião, embora ele faça parte do Município de Porto Alegre e nós todos somos Vereadores de Porto Alegre.

Digo isso porque a Restinga espera um Distrito Industrial, Ver. Adroaldo Corrêa, há mais de quinze anos no papel e parece que atravancam o progresso daquela comunidade, com o receio de que, com o Distrito Industrial, ela possa ter uma luta de emancipação. Quero dizer que a luta de emancipação acontece sempre quando quem está no poder esquece os bairros, principalmente os mais distantes do centro das decisões. O caso da Restinga é típico e parecido com o de Belém Novo, pois pela distância do centro da Cidade, com o Governo, é evidente que há momentos que ninguém pode travar uma comunidade que pensa assim, e quando se defende a democracia tem que se respeitar a decisão da maioria.

Agora, do meu ponto de vista, um progresso que parte da Prefeitura, de atendimento às camadas menos favorecidas da sociedade, aos bairros mais distantes, suas infra-estruturas, podem ter certeza que ninguém levantará a voz em favor da emancipação, porque no momento em que o atendimento for eficaz, qualquer luta por emancipação cai por terra, porque não terá votos suficientes num plebiscito para conseguir emancipação. Agora, se os problemas são grandes para da comunidade e a infra-estrutura escassa, é evidente que a luta pela emancipação vai ter o apoio da maioria. No passado se viu: Belém Novo estava abandonado e quando abriu o processo de emancipação, o Governo Municipal, à época, fez um atendimento adequado, pelo menos para o momento, tentando frear a emancipação. Não é o caso, agora, como diz o Ver. Adroaldo Corrêa, que tem um projeto grande para a região, mas como dizem os antigos, a palavra do povo é a voz de Deus.

Portanto, nós temos que respeitar essa opinião, porque quem pratica e exerce a democracia tem que dar o direito ao povo de exercer. Por isso nós vamos respeitar a comunidade de Belém Novo na sua decisão, e eu, como Vereador e político daquela região, respeito a decisão dos moradores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 12h08min.)

 

* * * * *

 

 

 

 

PROC Nº 0653//90 SUBSTITUTIVO 001, De autoria do Ver. João Dib, ao Projeto de Lei do Executivo nº 015/90, que autoriza o Executivo Municipal a abril crédito especial e a subscrever ações da Carris Porto-Alegrense e dá outra providências.

 

PROC Nº 0855/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO 023/90, que aprova o crédito adicional extraordinário, aberto pelo Decreto nº 9690, de 18 de abril de 1990, do Executivo Municipal.

 

3ª SESSÃO

 

PROC Nº 0811/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/90, de autoria do Verª Letícia Arruda, que altera a redação dos artigos 1º e 2º da Lei nº 6241, de 31 de outubro de 1988, e inclui parágrafo único.

 

PORC Nº 0847/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/90, que autoriza o Executivo Municipal a abrir Credito Especial no valor de Cr$660.000,00.

 

PROC Nº 3316/89 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/90, de autoria do Ver. Wilton  Araújo, que institui o “Prêmio Carlos Alberto Roxo”.

 

PROC Nº 0580/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que concede o título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Walmor Assoni.

 

PROC Nº 0741/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/90, de autoria da Verª Letícia Arruda, que concede o título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Jocelin  Azambuja.

 

PROC Nº 0790/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/90, de autoria do Ver. Wilson Santos, que concede o título Honorífico de Cidadão Emérito ao Industrial Sr. Aldo Sani.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Venho a esta tribuna para convocar os Srs. Vereadores a uma objetiva discussão, já a partir da Sessão de hoje, visando a possibilidade de que na Sessão de amanhã, possamos definitivamente votar o projeto de reajuste de vencimentos do funcionalismo de Porto Alegre. A gente sabe que é uma batalha que vem sendo travada de forma leal, de um lado os funcionários buscando o que a lei lhes autoriza, o direito que a lei lhes confere de um reajuste mínimo de 84,32%. De outro lado o Executivo buscando mostrar as vezes com maior ou menor convencimento que a situação financeira da Fazenda Municipal não autoriza, num só momento, este reajuste que a lei confere aos servidores.

Nós começamos, é verdade, diante de um patamar, muito modesto e muito distante da aspiração que a lei autoriza aos servidores e a disposição do Partido dos Trabalhadores que ocupa o Executivo Municipal. O primeiro Projeto nos trazia uma possibilidade de 10% de aumento em abril e 10% em maio, que foi prontamente rechaçado, não só pela classe municipária, mas também pela Casa, que passou buscar um novo caminho através de um substitutivo, inclusive, deste Vereador, que aumentava em 50% estas tabelas de reajustes, em 15% e 15%, mas ao mesmo tempo previa, através de  emenda do Ver. Vieira da Cunha, a aceitação por parte do Executivo de que o direito do funcionário público era de 84,32%, buscando então um caminho de parcelamento. Também não se chegou a um consenso e agora volta o Executivo do Município com um Projeto que nos parece mais claro embora mereça de parte desta Casa, naturalmente, emendas e ajustes e muito está dependendo da conversa que tiveram ontem os servidores, através do Sindicato com Prefeito, cujos resultados desconheço e também a Assembléia Geral que a categoria convoca para hoje às 18 horas. Mas o caminho está aberto a negociação e parece que não é tão difícil é a minha proposição inicial ao discutir este projeto nesta tarde é prepararmos a Câmara Municipal para no dia de amanhã em Sessão Extraordinária consolidarmos finalmente este projeto votando e determinando o índice de reajuste que o consenso trouxer. É indiscutível que mesmo esta proposta nova do Executivo, que prevê majoração de 41,32 no mês de maio e o restante, para tingir os 84, parcelado, a partir de setembro, não é uma boa proposta. Pode até ser que o Executivo tem, mas não atende os interesses da classe dos Municipários. Nós vamos contrapor, através de emenda, que o restante do reajuste venha em parcelas mais próximas. O Ver. João Dib tem uma proposta de dividirmos em 5%, mês a mês, até setembro. Eu já entendo que se o Executivo aceitar e tiver esta disponibilidade, tendo em vista notícias boas na área fazendária, de que a arrecadação de abril foi maior do que o esperado e que a de maio está sendo alentadora, que este reajuste seja em parcelas no máximo de três, a partir do próprio mês de junho. Aí, Srs. Vereadores, entra a grande discussão que é o limitador. O Executivo continua tentando impor já neste projeto o limitador de 75% que a classe dos Municipários não aceita, ou pelo menos não aceita no projeto e aceita discutir porque há uma diferenciação de conceituação. O problema todo é conceito de despesa com pessoal. Eu acho que o caminho mais prático era retirarmos desse Projeto o limitador, criarmos uma Comissão partidária Executivo, SIMPA e Câmara Municipal, darmos um prazo máximo de 15 ou 30 dias e votarmos uma lei complementar que defina uma vez por todas esse  limitador. É sabido que a Constituição prevê até em 1993 o ajuste das prefeituras para que não comprometa mais de 65% de sua folha com pessoal. Eu confesso a V. Exª que considero esses índices muito elevados. Acho que o comprometimento de 65% do que a Prefeitura arrecada apenas com pessoal é um índice muito elevado e que retira dos executivos a capacitação de obras de maior importância, especialmente na área de saneamento básico, iluminação pública, coleta de lixo domiciliar, pavimentação, escolas, postos de saúde. Mas de qualquer forma é o que a Lei diz e nós não podemos deixar que esse assunto se arraste até a antevéspera de 1993 para chegarmos na hora da adequação de um momento para o outro se, eventualmente, a Prefeitura tiver 90% de sua folha comprometida como é que vamos reduzir para 65%: demitindo em massa, colocando em disponibilidade. Acho que o assunto é muito sério e de responsabilidade destra Casa e deve ser feito, paulatinamente, tecnicamente e corretamente. Por isso a proposta que trago a discussão da Casa é que imediatamente após a votação deste Projeto temos uma Comissão Partidária para estudarmos com a Secretaria da Fazenda, com o SIMPA e com a Câmara Municipal uma solução urgente para esse problema e a minha proposta seria começarmos talvez em 85% neste ano de 1990, baixarmos para 80% em 1981, para 70% em 1992, até adequarmos os 65% em 1993. São números a serem discutidos, porque no nó da questão e muitas vezes até uma questão fechada do PT: ou tem o limitador ou não tem como conceder o aumento. Nós sabemos que estas questões fechadas à vezes tem uma brecha pela qual se pode abrir uma porta de negociação.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dilamar Machado, já conversei com V. Exª a respeito dessa questão do projeto alternativo para esta imposição constitucional do limitador de gasto com pessoal. Parece que em números nós teríamos divergência se a Comissão existente do Sindicato, da Prefeitura, acompanhando um membro da Câmara de Vereadores, tiver acesso aos números da Prefeitura e este números vão ser o resultado de compra e venda, resultado de arrecadação e despesa. O que nos parece que é divergente é a concepção de gastos de pessoal, que a Prefeitura tem e que o funcionalismo tem, a partir de seu representante e que alguns Vereadores apresentam diferenciada esta maneira de entender o gasto de pessoal. Eu creio que talvez possamos encontrar uma mediação, sem retirar do Projeto de Lei do preceito percentual e vinculá-lo a uma definitiva definição deste gasto de pessoal, através de projeto alternativo, não um projeto de limitador no projeto alternativo, mas da definição de gasto de pessoal, onde ela se encontraria, se na Lei nº 4320, se na visão da Prefeitura neste momento, ou outra que se consolidasse como unidade e talvez este número até pudesse ser menor do que 75%, no meu entendimento. V. Exª não concorda?

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Concordo. Acho que é um caminho que o Ver. Adroaldo aponta, até porque tem setores do Sindicato que afirmam que, com os números de hoje, a Prefeitura não tem, comprometido com a Folha, mais do que 48% da sua arrecadação. E, se isso for real, não há problema nenhum em limitar, em até 75%, porque, mesmo com os 84%, não chegaria a esse patamar. Mas é esta a dúvida, por isto que eu sugiro que uma Comissão Partidária, Câmara, Sindicato e Executivo se reúna. É como diz o Ver. Adroaldo, número é número, há uma lei que define o que é despesa com pessoal, é só ver os números e acabar com esta discussão que, acima de tudo, é a política que não conduz a um caminho melhor para esse impasse. Mas a proposta maior que eu trago à Casa é encaminharmos a discussão no sentido de, amanhã votarmos de uma vez por todas e tirarmos esta preocupação dos nossos trabalhos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero cumprimentar o Ver. Dilamar Machado, pela exposição feita recentemente feita aqui da tribuna, com relação ao Projeto de Lei que versa sobre o reajuste dos vencimentos do servidor público e também dizer que me filio à corrente que está matéria deve ser votada com urgência que ela merece. Com relação a esta mesma matéria, nós gostaríamos de deixar claro que, na verdade, não há nenhuma dúvida quanto a definição do que é gasto com o pessoal e gostaria de dizer, lamentavelmente, muito pouca gente está prestando a atenção, que não resta nenhuma dúvida quanto a definição que é gasto pessoal, o problema que está havendo com a Prefeitura, é equivocadamente, é que se leva como gasto de pessoal, os gastos com as autarquias deficitárias, e no meu entendimento, a lei é clara, tive a oportunidade de lecionar esta matéria durante mais de 10 anos a nível nacional numa série de capitais deste País, a despesa de pessoal do Executivo, da Administração direta, é uma, e se só pegarmos a despesa de pessoal da Administração direta, ou gasto de pessoal da Administração direta somada a todas as autarquias, deficitárias ou superavitárias, se não estaremos cometendo uma grave injustiça. Volto a dizer que na verdade, os 75% mencionados pelo Poder Executivo se refere, única e exclusivamente, aos gastos com pessoal da administração direta, e aos gastos de pessoal com duas autarquias deficitárias, quando incluirmos o cálculo de gasto de pessoal às autarquias o patamar baixará sensivelmente. A autarquia é serviço público descentralizado, é uma coisa bastante clara e a mim não resta dúvida, então, fechamos com a idéia do Ver. Dilamar Machado de se estudar imediatamente, e já havia falado nesse assunto, porque em 1993 vai ficar uma situação extremamente ruim para o servidor público, como hoje já está, está se dizendo que tudo que ocorre a nível de problemas com a administração, a culpa é do servidor público, e a coisa não é assim.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Concordo com a colocação teórica de V. Exª, também não tenho dúvidas, temos que colocar tantas autarquias superavitárias, quanto as deficitárias, é evidente, porque se não é um jogo meio travestido. Agora, por outro lado, Vereador, na prática da estrutura administrativa de Porto Alegre, por casualidade ou não, é uma questão que teríamos que examinar na História desta estrutura, causalmente, o DEMHAB, o DMLU que sejam, eventualmente deficitários, e eles tem como receber transferências da Administração Centralizada e acabam recebendo estas transferências e não apenas para financiamento da área de pessoal como para duas atividades cotidianas, até com material, por aí a fora. Enquanto que aquelas eventualmente equilibradas ou eventualmente superavitárias, por exemplo, teoricamente, o DMAE, elas tem uma estrutura de autonomia total, de maneira que para fazer as transferências, nós precisamos de legislação específica, de aprovação desta Casa. Eu me lembro da posição de V. Exª que tem que ter um caixa único.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Apresentei uma proposta.

 

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: Eu já disse que eu concordava com V. Exª. Eu tenho esta mesma visão. E acho que o poder público é uma coisa única e tem que ser tratado como tal. Mas do ponto de vista legal e formal nós na verdade nós encontramos pequenos óbices para concretizar isto, ao menos no atual estágio. Então, me parece que é por isso, e não por querer manipular números, no sentido de separar o que é deficitário do que é superavitário, eventualmente Carris e DMAE que tem estruturas absolutamente autônomas em relação ao DEMHAB e DMLU, que acabamos uma separação efetiva, porque de fato quando uma separação efetiva, porque de fato quando o DMLU e DEMHAB são deficitários quem paga é a centralizada porque ela tem que fazer um repasse, enquanto que DMAE e Carris, eventualmente recebem socorros, não necessariamente em dinheiro, mas, por vezes, uma participação de aumento de capital como está acontecendo agora na Carris, mas através de imóveis, através de participação em outras atividades. Então eu queria deixar claro, eu concordo com a  teoria de V. Exª até porque eu acho que não tem porque discordar ou concordar, ela é conceito correto, mas me parece que, historicamente, na realidade da Prefeitura de Porto Alegre nós temos pequenos senões, pequenas sutilezas que vão ter que ser inclusive revistas, jurídica e administrativamente para nós chegarmos a este ponto ideal de um grande caixa único, que vai dar, realmente, um resultado concreto da situação financeira da Prefeitura.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Evidente que foi bem colocado. Vem inclusive, engrandecer a nossa colocação. Agora, na verdade é evidente, que, se um órgão público,uma autarquia, que é uma descentralização do serviço público, se ela, na verdade, não tem recursos suficientes para se gerenciar, é verdade que o Poder Executivo, deve, inclusive, socorrer esta administração, porque também é pública. E nós não estamos aqui tecendo nenhuma crítica com relação a forma como hoje está se fazendo ou se mostrando o percentual de participação, receita e despesa de pessoal. O que nós gostamos de deixar claro é que definitivamente se mostra o que efetivamente o Município gasta em termos de receita corrente, despesa pessoal, porque isto aí, na verdade, lega toda a população, a imprensa, e todos, a, digamos assim, criticar a participação do servidor público no contesto dos gastos do Município quando está se cometendo uma injustiça. Porquê? Porque, na verdade, o quês e gasta com pessoal é – o que se gasta com pessoal em todo o serviço público, não apenas naquilo que interessa  se mostrar que se gasta. Isto nós sempre estamos defendendo esta idéia. Entendemos correta.

 

O Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, acompanhando o raciocínio de V.Exª, dar o testemunho, porque fui Diretor um ano e meio no DEMHAB, e durante todo esse período que repassou o dinheiro para o Departamento pagar a folha de funcionário foi a centralizada. E não só a folha de pagamento vinha integral, como também o recurso para pagar os carros locados lá do DEMHAB. V.Exª tem razão. Acho que este é o ponto, não podemos mascarrar esta situação. Não se pode dizer que a Prefeitura está gastando menos “X” com a folha quando ela paga a folha do DEMHAB e, segundo me consta, paga a folha do DMLU. O raciocínio de V.Exª é correto e é isto que buscamos, a realidade e não a fantasia.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Eu subi a esta tribuna para dizer que estou apresentando um Projeto de Lei visando implantar a um sistema de arborização que torne mais ágil, racional e econômica e prática de conservação e ampliação do Verde em nossa cidade. O presente projeto obriga as empreiteiras, as pessoas físicas e jurídicas, bem como a Prefeitura, através das suas Secretarias e Departamentos, ao plantio de árvores em vias públicas, sempre que executarem obras de calçamento ou de edificação. A orientação técnica e o fornecimento das mudas ficará a cargo da SMAM, que elaborará um projeto de arborização e exercerá a necessária fiscalização. Enfatizamos que o objetivo principal de nossa proposta não é, estabelecer obrigatoriedade, mas sim viabilizar e estimular um sistema mais abrangente e participativo envolvendo a comunidade, as empresas e o setor público no sentido de um ideal comum que é a preservação e disseminação do verde ao nosso redor. Por outro lado a proposição traz ao seu bojo um cunho educativo, eis que fomentará a iniciativa de todos os segmentos de nossa comunidade ampliando a consciência e a medida em que disporão desse instrumento para implementar a arborização que, mais uma vez, se torne imprescindível para o nosso meio ambiente.

Nós gostaríamos de dizer que a idéia, basicamente, é a seguinte: toda vez que uma empreiteira proceder ao calçamento de rua, ela deverá receber da SMAM uma muda e orientação técnica e também colocar uma árvore nas vias públicas. E também os órgãos públicos quando procederem a uma formulação ou um conserto no calçamento, que aquilo venha a remover o calçamento, não custa praticamente nada e através da orientação da SMAM, se coloque uma árvore naquele local.

Vamos fazer também que a nossa população tenha a consciência de necessidade de uma vez plantadas aquelas árvores manter isso para o bem da nossa população de Porto Alegre e das gerações futuras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTRE: Com a palavra, o Ver. Adroaldo Correa.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A questão do reajuste ao funcionalismo e a recomposição, além dos 45% da diferença se vincula ou não a um delimitador constitucional ou legal instituído, nos parece que é o debate essencial que se deve fazer sobre as duas questões importantes, que tem trazido divergências entre os pontos de vista do Executivo e deste Legislativo em algumas Bancadas e pela direção do funcionalismo.

A questão do parcelamento da diferença reconhecida como devia pelo Executivo nos parece mais próxima de uma resolução, cabe aqui ressaltar, entre parênteses, que é razoável a proposta do Ver. Dilamar Machado, que se faça a reunião extraordinária amanhã, para debate e encaminhamento desta matéria que já será posterior à assembléia do funcionalismo, e a outra questão que nós temos batido, individualmente, nesta tecla, em relação aos gastos essenciais da Prefeitura com pessoal, e a questão objetiva dos serviços para toda a Cidade que a Prefeitura deve e lhe são cobrados, no nosso entendimento pode ter um recurso, há uma negociação possível dentro desta visão que já transita de alguma forma na categoria, será discutida nesta assembléia, hoje, tem uma possibilidade de trânsito junto ao Executivo. E a manutenção dos 75% do atual Projeto, for subordinada, no nosso entendimento, de uma definição deste gasto de pessoal, no período em que o Projeto de Lei possa ser apresentado, este período de 15 dias a um mês, antes, portanto, da efetivação do gasto com a proposta de ressarcimento da diferença ou de parcelas delas; nos parece razoável buscar entendimento nisso que, parecia, num primeiro momento, uma franca oposição e uma contrariedade indissolúvel. E, se formos ver o que de fato está em discussão, que é realmente a visão de gastos como pessoal e o limite constitucional, se ele já é uma realidade para este momento, enquanto exigência, ou se pode ser transposto para um parcelamento no tempo, até o final deste mandato e mais um ano do próximo mandato, a divergências estaria entre os 65% da constituição e os 83%, que em outubro se constituiria a soma das duas parcelas ideais em que se dividiriam os 35% e que as cinco parcelas comporiam a partir de 65% em cinco anos que a Constituição propõem medidas das Disposições Transitórias. Eu creio que se o debate for este e não aquele dos que insistem em que há recursos e a Prefeitura não quer pagar ou a Prefeitura aceita e reconhece, mas não pagará mesmo não tendo limite. Se for este o debate nós talvez pavimentemos a estrada do entendimento com bastante rapidez. Porque a essência de uma visão está publicada desde o ano passado, gasto de pessoal, com as constituições que o companheiro Antonio Hohlfeldt de em relação as Autarquias, que são incluídas nestes gastos por nós, pelo nosso entendimento, que o Professor e Ver. Airto Ferronato qualifica como constitucionalidade definidas, mas que o uso e a prática do Município atribuem uma outra possibilidade de composição deste gasto. Creio que se isso é divergência, há como sentar as três partes envolvida na questão: a Câmara de Vereadores, o Executivo e o Sindicato e chegar a um denominador comum e, em função disto a um índice comum. A manutenção deste que é um gatilho as avessas, o índice de 75%, na Lei, nos parece razoável em função de nos fazer fronteira com um futuro que, seguramente, é um futuro não previsível de bons ventos à Administração Pública e em qualquer fase dela a não ser no caixa central do Poder Público Federal,  na medida em que os sinais deste barco ancorou em Brasília, e que diz que inaugurou uma nova Era começa, começa antes de partir, para a sua viagem, a fazer água ainda no Cais. Este plano que, embora, adota medidas inconstitucionais e as mantém avalizadas por um congresso que, naquele momento, achou por bem se submeter ao Executivo; ou que propõem medidas provisórias e as retira também por inconstitucionais, mas reporá imediatamente para manter o padrão de quem resolve na República é o Príncipe, é o Executivo, subordinando os demais poderes, este quadro, no nosso entendimento, se afigura para as finanças públicas municipais e para os trabalhadores como um conjunto muito pior do que poderia imaginar com a simples posse deste Presidente subordinado a um interesse que não é o da maioria dos trabalhadores do Brasil. O Ver. Dilamar Machado propõe que se tenha urgência na análise disto, assim que a assembléia tomar uma posição. Creio, que analisados, os dois pontos, tenhamos com objetividade uma precisão sobre o conceito de gasto de pessoal e um projeto que poderá ser enviado pela compreensão conjunta a esta Câmara, conjunta do Sindicato, da Câmara, e do Executivo subordinado aqueles limite de 75%, que aludi num aparte do Ver. Dilamar Machado que admite a um entendimento de que aquele índice até poderá eventualmente ser menor; e, finalmente, se o índice que é dito de gasto de pessoal pelo Sindicato principalmente, é muito menor mês a mês do que a Prefeitura pretende ter no seu Projeto, não há razão alguma para que ele esteja. Então, a oposição, seria outra; sim, uma luta política e não uma luta pela reivindicação e o atendimento de pura e simplesmente.

 

O Sr. Airto Ferronato:  V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, gostaríamos de dizer o seguinte: quem é o servidor público municipal? É o servidor da Prefeitura, da Câmara e das Autarquias. Estes são servidores públicos regidos pelo Estatuto dos Servidores Públicos. Portanto, todos os gastos com estes servidores deverão ser incluídos no cálculo comparativo. Que é o que nós temos que fazer, comparar todos estes gastos com a receita publica municipal.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Isto havia compreendido da sua exposição aqui, Ver. Airto Ferronato, e que pretende incluir também o DMAE, já que é uma autarquia, neste cálculo.

 

O Sr. Airto Ferroanto: V. Exª falou que na prática não estaria ocorrendo o pagamento. No meu entendimento, o pagamento está ocorrendo exatamente na prática como dever ser a nível de serviço público na sua totalidade, ou seja, uma vez o órgão X do Executivo, exemplo, DEMHAB, não tem recurso suficiente para pagar a sua folha de pagamento de pessoal, quem que deve pagar? Um órgão público municipal. Então, também, a nível de pagamento nós não temos maior preocupação. A preocupação é comparar toda receita com toda despesa de pessoal.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Veja V. Exª que a divergência não é de fundo, é de compreensão e de método sobre como definir isto.

 

O Sr. Clóvis Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Gostaria de atender ao que está sendo dito pelo nobre companheiro e ao que já foi dito pelos Vereadores Dilamar Machado e Ferronato, que eu acho que nós temos duas questões em jogo: uma, é o aumento imediato dos funcionários, que está na Pauta e a outra, é a questão de como fixar o limitador. Esse assunto logicamente não será resolvido hoje, então, a impressão que eu tenho é que nós poderíamos, através de um acordo de liderança, compor uma nova proposta onde essa questão do limitador ficasse prevista na formação de uma comissão que estudasse, mas desde já, se colocasse o limitador como uma garantia mínima que precisa para esse fim imediato. Muito obrigado.

 

O SR. ADORALDO CORRÊA: Agradeço a V.Exª pelo aparte e, para concluir, apenas diria   que a disposição da Bancada, assim como, creio, do Executivo, é chegar a uma conclusão mais objetiva possível e rápida dessa questão que não existe para antagonizar as duas partes que estão em contradição eventual apenas e momentânea. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que proceda a verificação de “quorum” para que possamos entrar na Ordem do Dia.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede a chamada.) Há “quorum”. Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum” passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A Mesa apregoa o recebimento de duas Emendas de Líder, do Ver. Antonio Hohlfeldt e do Ver. Vieira da Cunha, apostas  ao PLCL nº 14/89, e duas Emendas de Líder, do Ver. Artur Zanella, apostas ao PLE nº 95/89.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero encaminhar a retirada desta emenda porque quando apresentei à Mesa, nem o Ver. Isaac Ainhorn, que é o autor do Projeto, nem o Ver. Vieira da Cunha e o Ver. Dilamar Machado se encontravam no Plenário, e a nossa intenção foi colaborar com o projeto, que nos parece bom. Mas, dentro da conversa que se teve com o Ver. Vieira da Cunha, concordamos com a proposta dele e, para simplificar o processo de votação, estamos fazendo a retirada de nossa emenda.

Aproveitando, Sr. Presidente, gostaria de voltar a uma outra Questão de Ordem que apresentei há alguns dias com respeito à concessão de título de Cidadão Emérito. Eu indagava se com a nova Lei Orgânica os dois títulos, nas mesmas condições de votação. Pelo menos eu não tive a oportunidade de receber o retorno em relação a esta questão, até a Auditoria chegou a  falar comigo mas eu acho que seria importante dar conhecimento à Casa até eventualmente se retificar a posição ou não, se nós mantemos os dois títulos, com que quorum e em que tipo de votação estes serão realizados. Queria voltar a esta Questão de Ordem que lhe apresentei há alguns dias atrás.

 

O SR. PRESIDENTE: Mas antes de suspender nós vamos apregoar o Processo de nº 3030, Projeto de Lei do Executivo nº 95/89.

Como nós recebemos Emendas aos dois Processos, vamos suspender a Sessão para que as mesmas recebam parecer.

 

(Suspendem os trabalhos às 15h01min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h16min.): Dou por abertos os trabalhos da presente Sessão.

Srs. Vereadores, vamos abrir uma janela da nossa Sessão para recebermos representantes da Irmandade do Divino Espírito Santo. A Bandeira do Divino. Vamos receber o Sr. Adelbar Barbosa, Sr. Alberto Luiz Cruz. Convidamos o Ver. Aranha Filho para nos representar, convidando os representantes da Irmandade a vir no Plenário. Convidamos também o Ver. Jaques Machado para acompanhar o Ver. Aranha Filho.

(Os representantes da Irmandade do Divino Espírito Santo dão entrada ao Plenário.)

Srs. Vereadores, estamos recebendo com muito prazer a visita do Irmão da Irmandade do Divino Espírito Santo, o Dr. Aderbal Barbosa Faria, Festeiro, está acompanhado do Sr. Ernani Machado e Dr. Fernando da Costa Gama. É uma honra recebê-los na Casa do Povo de Porto Alegre. Queiram, por gentileza, sentar. Estamos à inteira disposição para ouvi-los.

Passamos a palavra ao Dr. Aderbal Barbosa Faria, que é o Imperador
Festeiro.

 

O SR. ADERBAL BARBOSA FARIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minhas Senhoras e meus Senhores. É com alegria muito grande que somos recebidos nesta Casa; alegria pela lhaneza com que a Presidência nos acolheu na sua sala. Trazemos à Casa do Povo o símbolo do Povo, a Bandeira do Divino Espírito Santo que é luz, força e vida da Igreja e que está iniciando a sua Festa deste ano. Estaremos iniciando com novenas solenes, no dia 25, a festa próxima do dia 3 de junho, data do Divino Espírito Santo e não poderia deixar a Mesa Administrativa da Irmandade do Divino Espírito Santo, numa oportunidade como esta de vir até esta Casa trazendo a Bandeira do Divino Espírito Santo para entregar pessoalmente ao Sr. Presidente e aos Srs. Vereadores um convite para que participe das festividades do Divino Espírito Santo. Reservamos o dia 26 de maio às 19 horas e 30 minutos a Novena à Câmara Municipal. Esperamos os Srs. Vereadores nos dêem o apoio que precisamos ter. A comunidade de Porto Alegre precisa ter consciência de que aqueles que nos representam nesta Casa apóiam uma festa que é tradicional no nosso Estado. A Capela tem 17 anos de idade, a devoção ao Espírito Santo vai já para 250 anos e mantém até hoje viva e acessa a Vela da Tradição; tradição que nós que postulamos que o bem prevaleça sempre sobre o mal e que temos pugnado com todas as forças para a consecução e na cabeça de cada um dos Porto-alegrenses porque somente se tivermos paz, se tivermos amor, se tivermos a luz do Divino Espírito Santo, cada um de nós, os Senhores como legisladores, cada um na sua profissão, na sua atividade, na sua comunidade, nos eu ciclo de amizades no seu ciclo social poderá estender a mão aos seus irmãos e dizer: nós podemos criar uma sociedade mais justa, uma sociedade plena de amor, uma sociedade que de mãos dadas trilhe esta estrada difícil e que não atire pedras, usem as pedras do passado, que foram os erros cometido por todos nós e demarquemos esta nova estrada a ser seguida, para que no final possamos dizer: legamos aos nossos pôsteres uma vida melhor. E esta vida melhor iluminada pelo Divino Espírito Santo.

Srs. Vereadores, Sr. Presidente, fica o convite da Irmandade do Espírito Santo, para que V. Exas estejam conosco nesta festa, que estejam presente sempre na Capela do Divino Espírito Santo. Temos reuniões dominical às 9h30min. E estamos prontos a recebê-los de braços abertos. E desejamos de coração erguendo a Bandeira que é o símbolo que defendemos, da paz, do amor e da concórdia, a luz e a vida da Igreja, para que todos sejam iluminados por esta luz, para que possam no desempenho das missões que lhes foram confiadas, encontrar o caminho certo, para que todos nós tenhamos uma vida melhor.

Que Deus abençoe a todos, e tenham presente, que nós na nossa comunidade, em todas as nossa reuniões rezamos por nossos governantes e pelo povo governado.

Felicidades, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, obrigado pela grandeza da acolhida. E renovamos o convite: esperamos vê-los todos no dia 26, ás 19h30min. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Dilamar Machado, que falará em nome da Casa e das Lideranças.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Visitantes da Irmandade do Divino Espírito Santo. Indiscutivelmente, que a visita é grata à Câmara Municipal ela não interrompe, ela apenas abre um espaço no nosso trabalho diário, em torno de legislar e discutir a vida desta Casa, mas nos abre também um momento de reflexão agradável e gratificante, porque estamos diante de cidadãos deste País que se dedicam com fé e determinação à obra, não só de divulgar a festa do Divido, mas acima de tudo, trazer exemplos claros e definitivos, de que vale a pena viver em sociedade, desde que se tenha consciência de que o nosso direito vai até o limite do direito do nosso irmão. Nós queremos deixar aos companheiros integrantes desta Irmandade, o nosso agradecimento pelo convite e pela homenagem que trazem à Casas do Povo da Capital Gaúcha e a certeza de que as palavra de quem nos antecedeu calaram em nossos corações, porque aqui estamos representando uma comunidade, na realidade, com falhas, imperfeições, também com virtudes, porque os Vereadores e a Verª Letícia Arruda que representa a mulher política desta Cidade, nesta Casa, são exatamente a média do pensamento e da atitude do Porto-alegrense diante da vida. Agradecemos o convite e a visita e temos absoluta confiança de que a maioria dos Vereadores desta Casa atenderão o convite para o dia 26 e não esquecerá no dia 3 da participar de uma das mais tradicionais festas religiosas da Cidade, a festa do Divino. Em nome da Câmara Municipal muito obrigado e que Deus os conduza a todos os anos, como tem sido feito, ano após ano, e  nos trazer a presença dos amigos e a Bandeira do Divino. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender os trabalhos por cinco minutos para os agradecimentos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h43min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC Nº 1934/89 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/89, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que acresce inciso ao artigo 21 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975. (Dos Divertimentos Públicos e das Casas e Locais de Espetáculos) C/ Emenda nº 02.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Adroaldo Corrêa: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em, discussão. (Pausa.) Em votação. Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O presente Projeto de Lei Complementar rigorosamente quer uma alteração do Código de Posturas, a Lei Complementar nº 12, que, na realidade, a partir da nova Lei Orgânica, deverá sofrer uma revisão total. Quem sabe neste ano ou no próximo ainda se começará a estudar uma nova Lei de Posturas Municipal adequada, Ver. Luiz Braz, a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Uma série de correções já se fez como um verdadeiro imperativo, mas, enquanto isso não vem, nós apresentamos um Projeto de Lei que visa, basicamente, adequar um problema que foi colocado por pessoas ligadas à área de cultura da Cidade de Porto Alegre e a área de espetáculos públicos, esportivos, em que vem se verificando uma superlotação das casas de espetáculos. Então, nós acrescentamos um inciso ao Art. 21 da Lei Complementar nº 12, do Código de Posturas Municipais, que estabelece que em todas as casas em locais de diversão públicas serão observadas as seguintes disposições: vêm o inciso I e II, e nós acrescentamos um terceiro dispositivo. (Lê.) As lotações serão obedecidas rigorosamente. Este é o princípio geral, sem que ocorra, jamais a venda de ingressos superiores aos lugares disponíveis. O que vem ocorrendo, na realidade, é exatamente isso. Algumas casa e evidentemente queremos ressalvar o caso do Teatro São Pedro que é rigorosa no cumprimento de venda de ingressos, mas há espetáculos públicos os mais diversos na Cidade de Porto Alegre em que se vendem ingressos em níveis superiores a capacidade das casas de espetáculo e de diversos. Isto pode vir a acarretar um acidente de monta e, visando cumprir o papel de legislador, é que nós apresentamos este dispositivo de observância de lotações por parte das casas de espetáculo e tínhamos feito uma sansão, estabelecendo, na época – um valor em cruzados. O Ver. Vieira da Cunha aperfeiçoou o nosso Projeto. Atendendo inclusive a uma proposição da Auditoria da Casa, no sentido de que a multa fosse estabelecidas em termos de URM. Esta Emenda nós entendemos como positiva e que melhorar o presente Projeto. Dentro da nossa proposta, estamos fundamentalmente preocupados em melhorar a qualidades dos serviços das casas de espetáculos, impedindo que as lotações sejam desobedecidas e, em, caso de desobediência das lotações, nós estabelecemos uma pena que, por sugestão do Ver. Vieira da Cunha, através de um Emenda, seria através de URM, que é a nova moeda do Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESDIENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, em Votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam o PLCL nº 14/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 02. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

PROC Nº 3030 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 095/89, que autoriza o Município a transferir imóveis de sua propriedade ao Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB e dá outras providências. C/Emenda.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. João Motta: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator Ver. João Dib: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Apenas indago, Sr. Presidente, se nós temos cópias das Emendas, porque eu confesso a V. Exª que embora tenha visto as Emendas eu não as distingo  quando digo nº 1 e nº 2.

 

O SR. PRESIDENTE: As Emendas foram apregoadas e nós já vamos providenciar no xerox.

O Sr. Wilton Araújo vai discutir o Projeto.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Este é um Projeto que autoriza o Executivo a transferir áreas para o DEMHAB, para que seja realizada construções populares, loteamentos populares. Houve e surgiu e, inclusive, foi motivo por eu ter pedido adiamento por cinco Sessões, a dúvida por parte desta Casa, porque no Processo veio a planta e a descrição do imóvel de maneira equivocada. Trouxe o Executivo para a Casa a planta errada, não contemplando áreas que no Governo passado havia se dado a sua permissão de uso para os Bambas da Orgia, Escola de Samba, também área e é reservada para o DETRAN fazer os depósitos de automóveis, com isto liberando o terreno do lado da Carris hoje. Houve uma permuta e o Município dá este terreno para o DETRAN. Nós diante do erro que havia no Processo, da certeza que estas áreas seriam doadas ao DEMHAB. E doadas ao DEMHAB seriam retiradas dos seus permissionários, ou seja os Bambas e o DETRAN, nós pedimos adiamento e, inclusive, adiantou-se o Ver. Zanella, tentando garantir, em uma das Emendas, a continuidade dos Bambas da Orgia dentro dessa área, a  Emenda de nº 2. Mas o tempo do adiamento das cinco Sessões, foi bom porque o Executivo teve tempo de nos enviar a planta certa e recolocar a verdadeira dentro do processo, segundo informações do Executivo, não era intenção do Executivo retirar a área dos Bambas, retificou e, portanto, hoje embora tivéssemos feito o processo protelatório nas Sessões anteriores, hoje somos a favor que passe o Projeto de Lei do Executivo, porque vai acelerar a implantação de habitações populares na área, preservando a área de permissão de uso dos Bambas e também aquela que será destinada ao DETRAN.

 

O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, perguntaria se desta forma como está o Projeto, em função de que ela na nova área mapeada prevê sim através do convênio com as Cooperativas, e sim através do próprio acordo mantido e da área física proposta ao loteamentos e as mesmas não carecem de mérito, na medida em que elas foram opostas em, outra realidade que agora está mudada.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Eu entendo assim, que as Emendas, agora, deixam de o porquê, o objetivo delas foram alcançadas, na medida em que nós identificamos o erro, e o Executivo reconhecendo o erro alterou as plantas e as descrições das áreas. Acho que as Emendas agora, não tem mais sentido, no meu modo de ver, é uma Emenda do Ver. Zanella. O encaminhamento é no sentido de aprovação do projeto, na media em que o Executivo Municipal está necessitando da área para a realização de obras e habitação popular.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para não ocupar o tempo de tribuna e para clarificar essa posição, das duas Emendas do Ver. Zanella, uma prévia ao espaço da escola de Samba que já está automaticamente previsto no Projeto, e a segunda prevê uma prioridade dos Municipários na aquisição dos lotes. A questão é que pelo protocolo, as dimensões de cada área estão absolutamente clareadas. Então, não há problema de propriedade. Quer dizer: tem uma área “X” para o setor dos Municipários, tem uma área “Y” para o setor dos particulares, dos moradores...

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Há uma divisão.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: É a mesma coisa que eu comprar ingresso com local numerado no terreno e querer chegar antes para garantir. Quer dizer, ele está garantido seja na hora que chegar. No caso, também, se há dois espaços absolutamente definidos, independente da ordem.

Já definiram as áreas 132 lotes numa e 180 lotes na outra. Com  isso acho que dirigimos as preocupações do Ver. Zanella. E neste sentido acho que o Ver. Zanella, faço este apelo a S. Exª, poderia retirar as Emendas, porque realmente me parece que elas ficaram inócuas dentro desse encaminhamento que o Executivo deu ao projeto, conforme V. Exª está registrando.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Eu concordo com V. Exª, me somo ao apelo que o Ver. Zanella, atilado e rápido em colocar as Emendas, para garantir os direitos e interesses daqueles que não só dos Bambas como também dos funcionários, mas que agora esclarecidos não há mais porque. Agradeço e peço, então, que os pares votem favorável ao Projeto. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Solicito ao Ver. Issac Ainhorn que assuma a direção dos trabalhos por alguns minutos.

Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu venho à tribuna, rapidamente, porque eu conheço bem a história deste terreno e deste projeto que na época que foi permutado com a Prefeitura, eu era Diretor do DEMHAB e exatamente no dia em que se encaminhou a negociação eu fui visitar esta área e descobri que há no Departamento um grande Projeto habitacional para duas mil unidades habitacionais. É que faltava recursos veio depois o problema de uma portaria esdrúxula do Banco Central que inviabilizou obras de habitação popular. Agora particularmente eu venho aqui prestar a minha homenagem a conquista que os Bambas da Orgia estão fazendo se este Projeto for aprovado hoje. Pelo menos é uma das nossas grandes escolas de Samba que acaba com seu drama de não ter quadra de ensaio, locar para se definir como entidade cultural, e até para agregar o seu grande numero de admiradores, participantes e a sua Diretoria. É para prestar a homenagem ao Presidente dos Bambas, aqui presente, o companheiro Ariovaldo Paz e a sua diretoria e fico feliz em colaborar neste momento com o Vereador da Casa para a solução de pelo menos um problema, como se encaminha solução para os Imperadores, amanhã depois se poderá buscar de volta para o carnaval da Cidade, a Relâmpagos que teve que parar, simplesmente parou a escola porque não tinha quadra de ensaio, não tinha estrutura nenhuma. Continuamos a nossa luta com a Figueira e com tantas outras escolas de Samba que não tem um mínimo de estrutura para organizar este carnaval que felizmente agora é oficial em Porto Alegre.

Por isso eu trago não só o meu apoio ao Projeto, concordo com a colocação do Ver. Adroaldo Corrêa e o Ver. Wilton Araújo que a matéria já está definida no momento em que o Executivo nos manda os mapas definitivos. As Cooperativas já podem buscar a partir de agora o sistema financeiro de Habitação através ou não do DEMHAB para construir as casas que podem ser construídas, na verdade é um avanço que se faz no terreno da cultura popular do carnaval.

É a minha manifestação de apoio integral ao Projeto e a minha felicidade pessoal de ver este problema definitivamente resolvido e desejar a cinqüentenária Bambas da Orgia um futuro ainda mais brilhante do que o seu passado, já com a  bandeira azul e branca  fincada no Morro Santana, na Manoel Elias e nós verde e branca da Figueira companheiro Ariovaldo, temos a maior alegria de convivermos nesta vizinhança dos Bambas da Orgia. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto ao orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nos nove anos de Câmara Municipal e cinco anos no DEMHAB, eu creio que tenha sido este o pior Projeto em termos de encaminhamento que eu vi nesta Casa, é o pior, disparado. O primeiro mapa que veio, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a quadra que estava destinada aos Bambas da Orgia e ao DETRAN. Constava ali a construção de não sei quantas casas e não sei quantos apartamentos. Em contato com a Sra. Lires Marques, informou-me a mesma, na época, que aquele mapa, aquele Projeto, não era o Projeto que estava sendo aprovado, e sim um Projeto do tempo do Dilamar e que ela não sabia o que estava acontecendo a respeito dos Bambas da Orgia e do DETRAN. Em segundo lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, constava que na pagina 11 e 30 tinha a desistência das entidades em favor do DEMHAB; na página 11 tinha um ofício da Sra. Lires Marques ao Prefeito, comunicando que as pessoas desistiram, e na página 30 tinha uma Ata de uma reunião da Prefeitura, na qual os técnicos da Prefeitura diziam que as entidades desistiam; veio primeiro documento à entidade que não estavam assinando por ninguém, finalmente, chegaram os documentos e a Cooperativa dos Municipários para assinar este compromisso se fez assembléia geral, não consultaram ninguém da diretoria, e as pessoas ligadas à Cooperativa não sabiam do assunto. A Cooperativa 10 de Maio que é uma Cooperativa que foi montada para aquelas pessoas que se acamparam num terreno que invadira, no Parque Dona Leopoldina, hoje, pela manhã em reunião desmentiram tudo, inclusive se dividiram em dois e criaram nova Cooperativa; o MAPA, o novo Projeto que veio, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não tem uma linha que fale  no Bambas da Orgia ou no DETRAN. Não tem uma linha Ver. Dilamar. E, hoje, de manhã a Sra. Diretora do DEMHAB, não sabia, ainda, que tipo de documento tinha o Bambas de Orgia, e o Presidente do Bambas, Sr. Ariovaldo entregou para ela cópia, e não tinha menor idéia do que aconteceria com a Carris, e ficou extremamente grata que o representante do DETRAN entregou para ela todos os documentos, porque ela disse que não tinha conseguido achar na Prefeitura. Afinal de contas, o que é que estava acontecendo. E, ao final está gravado, já avisou ao DETRAN que doação não mesmo. Que sim como o Estado é rico ele queria uma permuta com o DETRAN: Então não tem nada que garanta ao DETRAN, e no Projeto e na tal planta, não tem nada que se refira aos Bambas da Orgia. E a Sra. Drª Lires Marques, declarou afinal que apesar da doação ter sido feita o Governo atual não reconhecia a doação porque a Câmara somente tinha autorizado a doação, e não tinha doado. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que a Emenda dos Bambas da Orgia, deve ficar com a nova redação que esta sendo feita pelo Relator, Ver. Nelson Castan, porque repito, no Projeto não tem nada que fale em Bambas da Orgia. Em segundo lugar, o DETRAN não está nem no Projeto e nem no MAPA, e já fez obras lá, Ver. Dilamar Machado, que V. Exª dever entender bem porque foi Diretor do DEMHAB, só de movimentação, já movimentou 18m3 de terra, sem ter um papel do DEMHAB e sem o DEMHAB conhecer o que estava acontecendo lá.

 

O Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Artur Zanella, em primeiro lugar eu concordo com V. Exª que esta Emenda então seja mantida, seja bem clara. Agora, a Dra. Lires Marques se procurar nos arquivos do Departamento Municipal de Habitação, há de encontrar o documento que autoriza a Escola de Samba Bambas da Orgia,a utilizar parte daquela área para a implantação da sua quadra. Com relação ao DETRAN, também há um documento assinado na época do Governo Collares, porque o DETRAN ocupa até agora, e o Ver. Castan conhece bem a matéria e o terreno da Cia. Carris Porto-alegrense, que é necessário aquela empresa para o seu desenvolvimento. E o DETRAN está autorizado oficialmente a ocupar parte da área da metralhadora que é objeto dessa permuta para ali implantar o seu depósito de veículos apreendidos ou acidentados. Não vejo maior problema em manter as Emendas, concordo com V. Exª para que sejam dadas todas as garantias. Não tenho dúvidas de que a Escola de Samba Bambas da Orgia tem o documento oficial e que apenas esta Casa poderá revogar esta autorização.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Ver. Dilamar, inclusive tenho aqui o tal mapa que a Drª. Lires disse que era de origem de V. Exª e não, está aqui exatamente, Diretor Geral, Socióloga Lires Marques. E aqui na área dos Bambas e na área do DETRAN, está aqui: 38 casas e dezesseis lotes, assinado pela Drª Lires Marques, Vicente Buenos Aires Trindade, Arq. Temis da Cruz Fagundes. Esse novo mapa que hoje na reunião foi apresentado, está em branco a quadra E, não tem nada de DETRAN, não tem nada de Bambas. É importante que fique a Emenda dos Bambas da Orgia, espero que a Drª Lires encontre esse documentos que foram entregues para ela hoje, pelo DETRAN e pelo Presidente dos Bambas e também se resolve a questão das pessoas que lá estão. Hoje esteve aqui um representante do Dep. Mário Madureira trazendo uma nova Cooperativa, se não me engano com outro nome e dizendo que estão entregando a área em função das ameaças que receberam da outra Cooperativa e que a outra Cooperativa foi constituída e anda vendendo lotes por lá.

 

O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para comentar que, eventualmente, algum erro pode ser admissível no gênero humano, V. Exª na Emenda nº 2 diz que fica garantida a posse e propriedade da área cedida a essa Emenda tem data posterior a promulgação da L. O. que V. Exª mesmo alertou que a cessão de uso para ser sim uma possibilidade do Executivo, mas a doação e a posse, portanto a propriedade definitiva não. V. Exª já tinha notado isso na sua intervenção, mas para lhe dizer que em apenas três linhas, V. Exª cometeu um erro fundamental.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: O equívoco e o erro é de V. Exª porque é permitida a doação para entidade de cunho social que é o caso.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Zanella, comunico a V. Exª que o Ver. Aranha Filho lhe cede seu tempo e que V. Exª tem portanto, mas dez minutos.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Obrigado. Seguramente “os Bambas da Orgia” é uma entidade de caráter social e lembro que faz eventos e que distribui alimentos, roupas, etc.

 

O Sr. Nelson Castan: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu já tive a oportunidade de esclarecer ao Ver. Adroaldo Corrêa que a nova redação da sua Emenda prevê a concessão de um termo de permissão de uso por parte do DEMHAB nos mesmo termos do atualmente em vigor, dado pela Prefeitura. Então, a dificuldade levantada pelo Ver. Adroaldo Corrêa é improcedente.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: É improcedente, de duas formas, mas gostaria Ver. Castan que essa concessão de uso tivesse um prazo muito grande. Eu fiquei preocupado quando a Dona Lires aqui afirmou que apesar de doado pela Câmara ela tinha embargado a doação porque não achava justo para as Cooperativas. Ficou bem claro que as Cooperativas na época venderiam isso às pessoas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a Emenda de salvaguardar os direitos dos “Bambas da Orgia”, eu creio que pode ser aprovado isso aí, agora, eu quero que fique bem claro para todos aqui que nós estamos hoje liquidando com a Cooperativa dos Municipários. Ver. Vieira da Cunha que foi Diretor do DMLU, gostaria que V. Exª me ouvisse: com essa doação, hoje, nós estamos liquidando com a Cooperativa dos Municipários, porque a área só será vendida as pessoas que ganharem até 3 salários mínimos, que é fora da fixa das Cooperativas. Então, vai ter um loteamento normal do DEMHAB em que aquela Cooperativa indicará pessoas para ocuparem tão somente 350 lotes. A Cooperativa aquela foi para o espaço.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de questionar o orador dado que é autor das 2 Emendas que conheço. Não sei se existe outra Emenda ou outra redação a uma dessas Emendas que eu não conheça.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Informa o Ver. Castan que como Relator está fazendo uma nova Emenda.

 

O Sr. Wilton Araújo: Eu gostaria de esclarecr na medida em que com essa redação eu mantenho o que disse da tribuna. Se houver alteração na redação, é outra questão.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: A Emenda do Ver. Castam já tem a minha aprovação.

 

O Sr. Nelson Castan: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de esclarecer aos meus companheiros de Bancada que quando me foi dada a tarefa de relatar emendas apresentadas pelo Ver. Zanella, tomei a liberdade de reescrever essa Emenda, porém ela continua sendo de autoria do Ver. Artur Zanella, foi ele quem teve essa iniciativa. Fui orientado há pouco, pela Diretoria Legislativa, que essa emenda toma o nº 3, e o Ver. Zanella, portanto, retira a nº 2.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Gostaria de assiná-la, Vereador! Mas, definindo, Ver. Vieira da Cunha, acaba com a Cooperativa dos Municipários.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) gostaria de dizer a V. Exª que há pouco falei  com um servidor do DMLU, que é o atual Coordenador dessa Cooperativa. Expus a ele a minha preocupação com a tramitação desse Projeto e ele disse que eu não me preocupasse porque esse Projeto havia passado por um processo de negociação prévia que envolveu, inclusive, a atual direção da Cooperativa dos Municipários. Quero dizer a V. Exª, portanto, que baseado neste pronunciamento do atual Presidente da Cooperativa Habitacional dos Municipários, darei meu voto favorável ao Projeto de Lei do Executivo.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: E o Presidente da Cooperativa dos Municpários concorda com a extinção da sua própria Cooperativa, o que é um direito deles. Eu gastaria de estar presente na assembléia geral que vai analisar esse assunto porque tem mais de dois, três mil inscritos e receberão 350 lotes, Ver. Vieira da Cunha. Pelo acordo maior assinado que eu imagino seja o Sr. Sabino. Então, o Sr. Marco Antonio Hortêncio Sabino que eu conheço assinou um péssimo acordo que não passou na assembléia geral da Cooperativa e tem as mais severas críticas dos seus cooperativados que aqui tiveram, mas ele é o Presidente, é adulto, só que a Cooperativa Ver. Vieira da Cunha liquidado. Indicará a Cooperativa 350 pessoas que se ganharem até três salários mínimos poderão receber o seu lote. Não foi nada disso Ver. Vieira da Cunha que foi aprovado no tempo do Prefeito Alceu Collares que doou a área para uma Cooperativa dos Municipários utilizarem. Foi este o argumento da época. Na verdade não estava escrito num primeiro momento mas no segundo estava, tanto é que doamos a área. Mas tudo bem, espero que tudo termine bem, inclusive as ervas para estes tais lotes virão do PIMES ao que consta o Governo Estadual que não tem nada a ver com Cooperativa e tudo aquilo que se imaginou de Cooperativas de auto construção de discussão de como é que seriam as casas, vão tudo por água abaixo. Mas se a Prefeitura quer transferir ela para o DEMHAB e o DEMHAB que receber, as duas Cooperativas assinam. Apesar de serem as acusações, hoje de manhã, as mais graves possíveis, ressalvando-se os “Bambas da Orgia”, o DETRAN está um pouco fora deste problema porque já ocupou a área, já fez a terraplanagem, já tomou conta de 30 lotes. Está lá, mas entregou, hoje, para a Dona Lires Marques que não sabia do assunto – e a Dona Lires descobriu isto hoje. Então, meus Senhores, se todo mundo gosta vamos votar a favor. Só quero que fique bem claro aqui, que quando os Municipários reclamarem que entram numa Cooperativa que acabou...

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Emenda nº 1, de autoria de V. Exª, está exatamente garantindo a prioridade na aquisição das unidades que venham a ser construídas naquela área, aos sócios de cada uma das Cooperativas.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Esta Emenda eu vou retirar, porque desde que a Cooperativa assinou este contrato ruinoso para ela, não sou eu quem vou tentar salvá-la. Mas que é um absurdo uma Cooperativa ter uma doação de uma área para depois, sem consultar seus associados, sem consultar ninguém, abrir mão de uma possível indicação de 350 nomes. Mas o que é do gosto, regala a vida como se diz. Se querem se enterrar pelas suas próprias mãos.

Sr. Presidente, eu só gostaria que retirassem este mapa aqui do Projeto, porque a Dona Lires disse que esta Mapa é do tempo do Ver. Dilamar Machado, apesar da assinatura dela este mapa não tem nada mais a ver com o processo porque está completamente furado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Próximo orador é o Ver. Nelson Castan. V. Exª está com a palavra por dez minutos.

 

O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós tivemos a oportunidade de conversar demoradamente com a Diretora do DEMHAB, em visita aquele Departamento, e também tivemos a oportunidade, praticamente, de esgotar este assunto, em todos os seus aspectos, pela manhã de hoje, aqui neste Plenário, em uma reunião em que estiveram presentes os interessados nesta matéria a partir da própria Diretora do DEMHAB, que atendeu do nosso apelo e se fez presente, também estavam o presidente dos “Bambas”, companheiro Ariovaldo representando a Cooperativa Habitacional dos Municipários, o pessoal dos acampados do Leopoldina, Cooperativa 10 de Maio, a COOCERGS e também o companheiro, comissário Valmor que é o Diretor do depósito de veículos do DETRAN.

Eu entendo que com o pronunciamento do Ver. Zanella e com a distribuição os avulsos para os Srs. Vereadores, aqueles itens ainda obscuros ficam esclarecidos, o que permitirá, como falei à Diretora do DEMHAB, entendo eu, a aprovação por esta Casa deste Projeto de Lei. Fizermos questão de sugerir ao Ver. Zanella uma nova redação a sua Emenda nº 2, que foi retirada, e no lugar dela entra a Emenda nº 3 que simplesmente inclui no texto o compromisso, por parte do DEMHAB, uma vez aprovado deste Projeto, passa a ser o novo proprietário da área, o compromisso por parte do DEMHAB é honrar um compromisso já existente desde 30 de setembro de 1988, em que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre exarou um termo de permissão de uso, está aqui comigo, Livro 16-D, fl. 104, registrado 548, em que o Prefeito Municipal à época, Dr. Alceu Collares cedia está área a Escola de Samba Bambas da Orgia. Então, o que fizemos foi suprir uma lacuna que existia no Projeto que veio do Executivo. Inicialmente, o Projeto veio sem qualquer referência ao destino a ser dado a estas áreas; num segundo momento, por pressão desta Casa, dos Vereadores, a Diretora do DEMHAB mandou um anexo, mandou um material que passou a  integrar o Projeto de Lei, fazendo a previsão de pedaços daquela gleba destinada à Cooperativa dos Municipários e aos acampados do Leopoldina, mas ainda faltava o compromisso formal, por escrito, documentos que desse garantia aos Bambas de que esse termo de permissão de uso obtido em 1988 fosse respeitado e, também, passasse a ser um compromisso da atual Direção do DEMHAB, da atual Administração de Porto Alegre. Esse compromisso foi assumido hoje, de manhã, publicamente, pela Diretoria da DEMHAB, Srª Lires Marques, ela concorda, já identificou a área destinada aos Bambas. apenas no Projeto de Lei não tinha nada. A coisa ficaria só na palavra, só na intenção. Por isso o Ver. Artur Zanella fez esta Emenda, e nós demos um texto mais objetivo para que não haja dívidas quanto a delimitação da área, exatamente, como está no termo de permissão de uso, especificando, dentro da gleba total da Metralhadora, que área corresponde aos Bambas da Orgia.

Então, entendo que com essa Emenda nº 3 o problema fica superado, os Bambas podem ficar descansados, terão a área que já é deles, que já estava destinada a eles, e isto fica esclarecido.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Hoje pela manhã não pude assistir a reunião, presidida por V. Exª e assessorado pelo Ver. Artur Zanella, mas tive a satisfação, ao final da reunião, de conversar com a Drª Lires Marques que me disse que, finalmente, estava resolvido o problema da Metralhadora pelo Projeto de Lei encaminhado por este Vereador, quando Prefeito, numa permuta à Casa, e que hoje vai receber o meu voto favorável, com as Emendas bem apresentadas, para que se solucione, em definitivo, a utilização da área, é uma coisa muito boa, e fico satisfeito em poder dar o meu voto.

 

O SR. NELSON CASTAN: Entendo e até abro a minha posição, faço um apelo aos demais Vereadores, para que se aprove nesta tarde este Projeto, porque é uma transferência de titularidade, da Prefeitura para o DEMHAB, através da posse do direito da propriedade nas mãos, pelo DEMHAB, é que a Drª Lires poderá se habilitar aos recursos do Governo Federal para iniciar a urbanização da área e a destinação das famílias que precisam. Me parece que já assegurado está questão dos Bambas, que o Projeto é meritório com as Emendas com ele anexas. Gostaria, também de fazer um esclarecimento a respeito do DETRAN. A história do DETRAN ela já vem de muito tempo. Tenho participação direta nisso desde a época em que presidi a Cia. Carris Porto-alegrense e iniciei tratativas junto ao Prefeito Collares, junto ao Secretário de Segurança na época, visando a transferência do DETRAN para alguma área da Cidade com o objetivo de liberar um terreno nobre que pertence a Cia. Carris e que há muitos anos é ocupado pelo DETRAN. Na Rua Albion existe um depósito de veículos apreendidos, setor do DETRAN. Nós fizemos um levantamento completo na época, tanto no patrimônio da Carris, quanto ao patrimônio da Prefeitura Municipal e chegamos a conclusão de que aquela área está liberada a quem quer que seja. Então, me parece que é do máximo interesse da Administração Popular e da Carris, que vive pedindo recursos adicionais nesta Casa. Porque querem mais recursos, mais terreno e mais dinheiro, se eles tem um patrimônio valioso que, se forem inteligentes poderão acertar com o DETRAN a sua transferência e liberar um terreno vendável que está exatamente ao lado da Cia. Carris, na Albion, e com valor imobiliário muito elevado. Desde aquela época nós iniciamos estas tratativas e já estávamos bastante adiantado. Conseguimos o apoio do DAER para a terraplanagem, uma série de benfeitorias já foram feitas. É surpreendente que a Diretora do DEMHAB não sabia deste procedimento, porque quem delimitou a área que deverá ser destinada ao DETRAN, foi o DEMHAB. Agora, caba a Carris e a Administração Popular se movimentarem para concluir estas permuta, porque não interessa qualquer palavra com relação ao DETRAN neste Projeto de Lei. Isto não é interesse da Câmara Municipal, não é interesse da comunidade, isto é interesse específico da Carris e da Prefeitura. Então cabe a eles se movimentar no sentido de liberar esta área. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDNTE: A Mesa cumpre o dever regimental de apregoar o Requerimento subscrito pelo Ver. Artur Zanella, retirando nos termos do Art. 143 do Regimento, as Emendas de nºs 1 e 2 ao presente processo.

Ao mesmo tempo a Mesa apregoa uma nova Emenda do Ver. Artur Zanella, de nº 3, que fica inserida ao processo, no seguinte teor: (Lê a Emenda.)

Próximo orador inscrito para discussão do processo nº 3030/89 é o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente Srs. Vereadores. Eu não pretendia me pronunciar em tempo específico sobre este Projeto, embora as informações aqui colocadas de um modo geral estão corretas elas não estão completas e eu não gostaria de que, nos Anais da Casa, ficasse informações que aparentemente possam comprometer o projeto, a proposta aqui apresentada.

Eu gostaria, em primeiro lugar, de lembrar que esta permuta diária, originalmente, já foi uma permuta extremamente polêmica, aqui nesta Casa ainda na Legislatura anterior. O primeiro Projeto foi derrotado neste Plenário inclusive dentro de uma posição defendida por mim porque se fazia permuta com dois cidadãos, aliás mencionados no atual Projeto, a Família Jardim – Norberto Jardim – e se coloca como dois cidadãos pobres coitados, morrendo de fome e que precisavam desta permuta sob pena de parecerem no cemitério ou coisa parecida e no entanto se permutava esta área que é uma área que necessita de uma infra-estrutura fantástica tais os acidentes geográficos, as dificuldades da sua urbanização, se permutava esta área por um próprio da Administração Municipal, que não era nada mais nada menos que o situado em frente ao Centro Municipal de Cultura, onde hoje se encontra um belíssimo prédio, aliás, vendido à Encol, vinte a quatro horas depois de aprovado o Projeto de Lei, aqui nesta Casa, na segunda tentativa, e prejudicando, um primeiro momento acho que ao tempo do Ver. Elói Guimarães na Secretaria Municipal, os trabalhos daquela Secretaria, já que, ali, estavam duas construções da SMT, que tiveram que ser transferida para outro local,e  um dos prédios foi construído quando eu estava na SMT. É bom que se lembre que este Projeto foi polêmico desde o início, e problemático desde um primeiro momento. Inclusive, na primeira vez nós derrotamos o Projeto e o Prefeito Collares só conseguiu aprová-lo exatamente porque propunha, na permuta, a responsabilização desta área permutada lá na Zona Norte para uma então Cooperativa Habitacional do DMLU, exclusivamente do DMLU. Esta Cooperativa se tornou, posteriormente, uma Cooperativa Habitacional dos Municpários. Então, o fato de, eventualmente agora, o Presidente de uma Cooperativa assinar noivo protocolo, em que, eventualmente, ele abre mão de um conjunto maior, para poder garantir um mínimo, digamos, mas garantir, eu acho que está claramente explicado nos protocolos, nas páginas 11 e 30, que a Cooperativa não tem dinheiro para fazer, sequer, os Projetos, pelo que faz uma troca com o DEMAHB. O DEMHAB assume o Projeto e, em troca, a Cooperativa aceita diminuir a sua participação, repartindo a sua possibilidade de atender às necessidades do Municipários, que são cidadãos como quaisquer outros, com aquela outra Cooperativa. Então, para se organizar claramente,  o que estamos discutindo é isto e até pediria que, se houver incorreção de minha parte, que eu seja aparteado. Então, neste sentido, o que houve? Houve, pelo DEMHAB, uma decisão de não entregar totalmente está área aos Municipários e uma negociação – e acho que o Poder Público está aí para negociar – que se atendeu os Municipários e, simultaneamente, a uma população que ocupou uma determinada área organizados ambos em duas Cooperativas. Segundo problema levantado pelo Ver. Zanella da legitimidade ou não das direções, acho que é um problema que, pelo menos neste momento, não nos diz respeito. Se os Municipários, ou Cooperativas, os ocupantes da área, não gostarem das suas direções, é um problema que deverá ser decidido por lá, nós, a Câmara, temos que olhar o que está aqui: há dois protocolos assinados, claramente, pelos cidadãos que respondem pelas duas entidades com as quais a Prefeitura faz o protocolo, e que representam, e se isso não ocorreu, neste momento, não diz respeito, o que nos interessa são os dois protocolos, e eles estão aqui. Completamente, entendo que, quanto aos Bambas da Orgia, acho que a Emenda do Ver. Zanella coloca a coisa no lugar, estava preocupado porque achava que não havia o Projeto de Lei, apenas os protocolos, e aí não caberia a Emenda, mas existe o Projeto de Lei, se a Emenda do Projeto, acredito que o termo de compromisso deverá ser transformado, depois, de um outro documento, semelhante ao afirmado com as Cooperativas, para dar um tratamento isonômico à Escola de Samba, e com isso resolvemos o problema. Quanto ao DETRAN, opinião pessoal, normalmente sou contrário a qualquer doação de terra do Estado, porque a área que o DETRAN hoje ocupa na Carris - é da Carris, e vai tirar o DETRAN de lá, não é deles, é da Carris, e o que temos que fazer? Uma permuta, e quero propor objetividade: há uma vila, a São Judas Tadeu, por exemplo, está é uma área da Secretaria da Saúde do Estado, pois então, permute-se esta área com a de hoje ocupada pelo DETRAN, porque a Prefeitura tem que dar, e o Estado receber? Nada contra os Governadores e Prefeitos, mas resolvemos, simultaneamente, dois problemas: mantemos o DETRAN onde é necessário, ótimo, mas mantemos a Vila São Judas Tadeu, oficializada, urbanizada. Alas, há três anos atrás apresentei Projeto de Lei, mas acabou sendo vetado pelo Prefeito Collares, sob a justificativa de que é uma área do Estado, quando no meu projeto colocava-se um artigo que dizia, claramente: “devendo a Prefeitura fazer uma negociação com o Estado”. Eu duvido que qualquer Governador negasse fazer uma negociação com o Estado no sentido de legalizar essa área ou seja, de repassá-la ao Município, que por sua vez repassaria ao DEMHAB que fazia, então, a sua urbanização, a sua organização necessária.

Então eu acho que nós temos que tentar aqui ver as coisas dentro de um contexto mais amplo. Não é simplesmente a Prefeitura eternamente doadora de áreas. Doava áreas antes para a EBTU para fazer o TRENSURB, e agora doa área para o Estado. O Estado nem está pedindo.

O Estado pode sim, deve sim, organizar-se com a Prefeitura e buscar soluções. E nós temos uma situação objetiva. Eu nem tenho preocupação, Ver. Airto Ferronato, se a área do Estado é maior do que a do Município, ou vice versa, eu acho que nós temos que propor uma negociação e que nós vamos resolver dois problemas. O DETRAN fica com a área para colocar os veículos recolhidos e a Prefeitura resolve um problema de Porto Alegre que é a solução da Vila São Judas Tadeu que até hoje é uma Vila clandestina porque está numa área da Secretaria da Saúde do Estado, fica logo atrás daquele depósito de remédios na Av. Ipiranga que está invadido por particulares, industriais, fabricantes de casas pré-fabricadas, e que portanto neste sentido nós resolveríamos acho que seria um segundo momento de encaminhar... Fora o treinamento dos cavalos militares. Fora o esgoto a céu aberto  que desce de lá das áreas mais altas do Partenon. Por aí a fora.

Mas, enfim, para esclarecer a história destas áreas, que foi uma polêmica antiga aqui na Casa. Em segundo lugar, o problema das disputas destas Cooperativas, que eu acho que neste  instante não nos diz respeito, vai caber aos cooperativados. Claro que se houver uma posição contrária, que a Justiça resolva alguma coisa, fica anulada a nossa decisão. Agora, nós temos que votar e decidir em cima daquilo que nós temos aqui. E a documentação que nós temos aqui é absolutamente legal, esta assinada pelos representantes.

Quanto ao DETRAN eu, pessoalmente acho que nós temos um encaminhamento que eu tenho certeza o Governador Guazzeli e o Prefeito Olívio Dutra podem, acertar sem nenhum problema. Se faz, normalmente, a pergunta, o DETRAN fica lá naquela área mas nos garante, aproveitamos para pegar esta área da São Judas Tadeu, resolveríamos também o problema desta Vila. É uma coisa que eu queria deixar aqui sugerida.

Por isso evidentemente, eu acho que a Emenda do Ver. Zanella faz sentido, nós devemos ter esta emenda para garantir e os mapas, os projetos serão uma conseqüência e a retirada da Emenda nº 1, eu acho que também tem lógica, era um apelo que eu fazia ao Ver. Zanella, já que no próprio encaminhamento, na própria distribuição dos dois grandes lotes nós resolvemos, não há porque garantir prioridade, já está definida a parte de cada um. E neste sentido eu voto favorável ao Projeto. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra, o Ver. João Dib. V. Exª tem dez minutos.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu entendo que nós falamos muito na Câmara Municipal no debate de determinados problema que poderiam se reduzir a uma meia dúzia de palavras. Eu não pretendia usar esta tribuna e, portanto, fiz um aparte ao pronunciamento do Ver. Nelson Castan, dizendo da minha satisfação de ver hoje, efetivada, concluída uma transação que se iniciou na minha Administração, quando permutamos um terreno e que hoje vai servir para a Cooperativa dos Municipários, vai servir para os Bambas da Orgia e vai servir para solucionar, como bem propõe o Ver. Antonio Hohlfeldt, uma transação entre o Governo do Estado regularizando terras que estão invadidas e tirando do DETRAN para uma outra área e resolvendo o problema da Carris. Mas, eu gostaria de dizer que o Projeto de Lei que foi encaminhado – em por isso que eu também, estou dizendo que se fala muito aqui – o Projeto de Lei foi encaminhado propondo a permuta dos 32 hectares da Metralhadora pelo terreno, aqui na Érico Veríssimo, não foi apresentado por duas pessoas carentes, sem recursos, pobrezinhos, não, não foi feito entre a Prefeitura e a CORTEL, depois de três avaliações: uma da Prefeitura que, que no meu tempo e no meu entendimento a melhor avaliação que se faz de imóveis se faz pela Prefeitura mas uma avaliação da AVALIEN é mais ama avaliação da Caixa Econômica Federal e das três avaliações a mais favorável a Prefeitura é a que foi utilizada fazendo com que a CORTEL devolvesse ao Município, não sei bem, mas uma centenas de milhões de cruzeiros ou cruzados que agora deixa de ter sentido todos os números, mas de qualquer forma a mais favorável à Prefeitura.

Agora, curiosamente, quando o Projeto tramitava foi negado – na Câmara Municipal, o Executivo retirou-o, modificou alguma coisa, o Executivo na Administração Collares, e mandou de volta e aí ficou bom. Realmente alguma coisa deixa dúvidas sobre um parecer que lá estava e que depois deixou de ter razão de ser. Mas, desta forma, gostaria de registrar que a Prefeitura andou muito bem quando permutou os 32 hectares, até já tinha a Prefeitura permitido,a través do DEMHAB que uma pequena parte, talvez dois ou três hectares fossem invadidos  por uma pequena população que precisava morar e estava morando em área que não era do Município mas que estava ocupada pelo Município.

Então acho que hoje se conclui um negócio iniciado a meia dúzia de anos atrás e que todos nós saiam ganhando, e que é possível que resolvam um problema muito bem colocado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt do DETRAN com a Secretaria do Município, e também os Bambas da Orgia tem, definitivamente, resolvido o seu problema de instalação de sua escola numa área que o Município lhe doa, e que o Ver. Artur Zanella apresenta numa Emenda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, requeiro que a votação seja nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede á chamada e acolhe os votos. ) Vinte e oito votos SIM.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 95/89.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Jaques Machado, João Dib, João Motta, Lauto Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Martim Aranha Filho  e Adroaldo Corrêa.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 3 aposta ao PLE nº 95/89.

 

O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, requeiro a votação seja nominal .

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs Vereadores para a votação.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos.) Dezoito votos SIM, conta uma ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 3.

 

(Votaram SIM os Srs. Vereadores: Airton Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schaurewn, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Wilton Araújo, Martim Aranha Filho e Adroaldo Corrêa. ABSTEVE-SE Ver. Vieira da Cunha.)

 

PROC Nº 1134/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/88, de autoria do Ver. Hermes Dutra, que acrescenta parágrafo 1º, 2º e 3º ao artigo 1º da Lei nº 5824, de 22 de dezembro de 1986, que “dispõe sobre a fixação do horário de atendimento ao público nas instituições financeiras do Município de Porto Alegre”. C/Emenda.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação. Com Emendas 01 e 02.

- da CEDECON. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação com Emendas 01 e 02.

 

O SR. PRESIDNTE: Em discussão com a palavra, para discutir, o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR  ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em função das Emendas, a Ementa é alterada, porque fala sobre a fixação de horários de atendimento ao público, etc., etc. No novo processo de negociação, a parte principal desse Projeto, que acrescentava duas horas no horário dos Bancos, para atendimento aos pensionistas e às pessoas que recebem salários, foi retirada e só fica hoje, para votação, a proibição de que os Bancos apresentem aquele  cartaz ilegal que diz: “Pagamentos até às 14 - ou 15 horas”, para que o horário bancário que nesse caso, com as Emendas, é o fixado pelo Banco Central, não seja ainda diminuído em função das disposições internas dos Bancos que cerceiam a atividade normal dos clientes.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte?(Assentimento do orador.) Quero dizer a V. Exª que este Vereador fez um Pedido de Destaque à Emenda nº 1 exatamente para possibilitar que o projeto mantenha sua finalidade original, qual seja a de não apenas estender para o horário normal de funcionamento a possibilidade de pagamento de contas variadas mas, também, no sentido de que nos dias de pagamento de benefícios previdenciários sejam obrigados a abrir suas portas às 8 horas da manhã conforme previa originalmente o Projeto do Ver. Hermes Dutra, que acho que tem mérito. Portanto, sou contrário à Emenda supressiva que quer retirar o parágrafo que trata dessa abertura em horário mais cedo. Pediria que V. Exª, no seu pronunciamento, se ativesse ao fato de que há um Requerimento de destaque para essa Emenda supressiva seja votado em separado.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Ver. Vieira da Cunha, quando discuti o Requerimento do Ver. Clóvis Brum, de adiamento da questão, eu dizia que, seguindo a orientação de um Líder político nacional que diz que mingau quente se come pelas beiras, para evitar que já se entre numa briga judicial, eu achava – e expressei naquela oportunidade – que deveríamos aprovar só a parte menos problemática. Tenho um outro Projeto pronto, equiparando o horário de Porto Alegre ao horário bancário fixado pelo Banco Central para São Paulo e Rio de Janeiro, ou seja, mais meia hora, onde seriam atendidos, exclusivamente, os pensionistas. Mas isso não só nos dias de pagamento, mas em todos os outros dias. Se o problema for de paternidade, ofereço-lhe o Projeto de Lei.

 

O Sr. Viera da Cunha: V.Exª sabe que não brigo por paternidade.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Até coloco porque V. Exª é um jurista. Acho que deveríamos aproveitar esse horário diferenciado dado pelo Banco Central e prorrogarmos o horário até às 16h30min, aproveitando essa meia hora para o atendimento dos pensionista que ficam naquelas filas.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Tanto é verdade que não estou preocupado com paternidade do Projeto que estou defendendo, um Projeto de autoria do Ver. Hermes Dutra, que nem da minha Bancada é, nunca foi, mas que apresentou idéias que julgo defensáveis e inclusive exeqüíveis sob o ponto de vista Constitucional e legal, Portanto estou aqui defendendo um Projeto que não é de minha autoria, é inclusive de um ex- Vereador que foi apresentado em outra legislatura, mas o seu conteúdo é bom, tem mérito e, portanto, recebe, aqui, a minha defesa.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Eu conversei com o Ver. Hermes Dutra, que também é do mesmo Parecer de V. Exª, ele acha que deve ser votado tudo. Eu tenho a impressão que deva ser votado em partes, mas isso é irrelevante. Mas o importante, Srs. Vereadores, é que a Lei Orgânica do Município claramente identifica o horário de banco no peculiar interesse da Cidade. Segundo lugar: não se diga que o Banco Central é onipotente nisto aí. Até há poucos dias Guaíba tinha um horário diferente de Porto Alegre; Nova Petrópolis, onde o Ver. Antonio Hohlfeldt tem as suas propriedades maiores, também tinha horário diferenciado, de acordo com o Ver. Antonio Hohlfeld; a fronteira toda tem horário diferenciado. O que o Banco Central exige, Sr. Presidente Srs. Vereadores, é que o horário em que o OPEN, OVER, sei lá, atuasse houvesse uma uniformidade em todo o País, nas verdade o OPEN e o OVER hoje nem importância mais tem. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, proponho a aprovação do Projeto do Ver. Hermes Dutra, não é meu, pedi um simples desarquivamento do mesmo, por uma questão e tática eu acho que as emendas  número 1 e número 2 devem ser acolhidas; emendas do Ver. Flávio Coulon, propostas pelo Dr. Enio Dias de Castro, assessor desta Casa à época e depois Procurador Geral do Município com o Dr. Olívio Dutra e que depois, Ver. Viera da Cunha, passada essa primeira escaramuça, vamos ver se os bancos entram na Justiça ou não, como alguns me dissertam que entrariam. Então em função do que ocorrer com isso vamos regulamentar essa dos aposentados receber. Se nós acrescentarmos um horário de manhã ou comparamos Proto Alegre com Rio e São Paulo. O que não pode acontecer Srs. Vereadores, Sr. Presidente é que os Bancos, abusivamente, não recebem pagamentos a partir de um determinado momento e que não seja mais aquele espetáculo deprimente dos aposentados em filas de manhã cedo, de madrugada, para receberem aqueles aviltados recursos que recebem no final do mês. Finalmente, Sr. Presidente, eu consulto à Mesa e a Diretoria Legislativa, com este é o caso imagino que seja de “posturas municipais”, se não haveria necessidade de aprovação por maioria absoluta? É uma questão que faço, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Diretoria Legislativa, porque me parece que isto acrescenta algo nas “posturas municipais, em sendo de “posturas municipais”, deveria ter um “quorum qualificado para aprovação que, seriam os 17 votos. Eu consulto à Presidência e peço, então, a aprovação do Projeto.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª está levantando uma Questão de Ordem que pode fulminar o Projeto do Ver. Hermes Dutra. V. Exª dá a notícia, eu não sabia, que V. Exª mesmo pediu o desarquivamento e a tramitação, porque se trata de alterar uma Lei Complementar. V. Exª sabe, tão bem quanto eu, que uma Lei Ordinária não tem força para tal e o Projeto de Ver. Hermes Dutra é um Projeto de Lei Ordinária do Legislativo. V. Exª está propondo uma Questão de Ordem que pode fulminar inclusive o próprio Projeto.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: É por isto que levanto esta questão à Mesa há pouco tempo nós votamos um Projeto, um Veto ao Projeto do Ver. Aranha Filho, cujo a alegação do Veto era exatamente esta. Então, consulto à Mesa para evitar que façamos lago equivocado, que não é o meu desejo e de ninguém desta Casa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDNTE (Valdir Fraga): Encerrada a discussão, vamos suspender os trabalhos por cinco minutos para que a Diretoria Legislativa nos informe a respeito da preocupação do Ver. Artur Zanella.

 

(Suspende-se os trabalhos às17h10min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 17h15min): Estão reabertos os trabalhos.

Sobre a mesa, Requerimento de autorias do Ver. Artur Zanella, solicitando seja o PLL nº 88/89 adiado por uma Sessão.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneça sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC Nº 1247/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/89,  de autoria do Ver. Cyro Martini, que dispõe sobre a proibição do emprego da roleta especial mecânica nos táxis-lotação e dá outra providências.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação

- da CEDECON. Relator Ver. Jaques Machado: pela aprovação

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que ao provam o PLL nº 043/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC Nº 0034/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/90, de autoria dO Ver. Nelson Castan, que concede o título de Cidadão Emérito ao Sr. Sergio da COSta Franco.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.

- da CEC. Relatora Verª. Letícia Arruda: pela aprovação.

 

SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PR nº 01/90 permaneça sentados. (Pausa.) PROVADO.

 

PROC Nº 0052/90 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/90, de autoria do Ver. Cyro Martini, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Vanderlei Soares.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Décio Sshauren: pela aprovação.

- da CEC. Relatora Verª Letícia Arruda: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PR nº 02/90 permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.

 

PROC Nº 0462/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/90, de autoria do Ver. Luiz Machado, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr.
Hermógenes de Paula Mattos Cardoso.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.

- da CEC. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PR nº 05/90 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC Nº 0181/90 – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO Nº 002/90, relativo a Convênio que entre si fazem o Município de Porto Alegre e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação.

- da CFO. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação.

- da CUTHAB. Relator Ver. Nelson Castan: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o PA nº 02/90 permaneçam sentados. APROVADO.

 

VOTAÇÃO

(adiada por duas Sessões.) ????? pg. 68

 

PROC Nº 3236/90 – REQUERIMENTO Nº 268/89, de autoria do Ver. Isaac Anhorn, visando a inserção nos Anais da Casa da crônica do jornalista Sérgio da Costa Franco, publicada na edição do Jornal Zero Hora, do dia 07.12.89.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.

- da CFO. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam o Requerimento Nº 268/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

É a seguinte, portanto, a matéria a ser inserida nos Anais:

 

IPTU Em alta.

O grande risco dos impostos diretos é o de ficar o contribuinte a mercê dos abusos e caprichos do Poder Público. E quando se trata de IPTU, num período de inflação aguda, em que o valor ideal dos imóveis podem subir à nuvens, a faculdade, deferida ao Fisco, de graduar a seu bel-prazer o valor venal dos prédios tributados pode acarretar injustiças graves. Aponto de ficarmos reduzidos a condição de inquilinos de nossas próprias casas...

Antes de tudo é preciso considerar que o domínio de um imóvel de valor não é por si só um indício de capacidade financeira. Há famílias de baixa renda (e quantos aposentados e pensionistas da Previdência se submetem hoje a um padrão de vida muito inferior ao que desfrutaram no passado!) que habitam casas herdadas ou adquiridas nos bons tempos, de características superiores a seu atual nível de ganhos. É elementar que o tributo deve ser graduado segundo a capacidade financeira dos contribuintes. De modo que o IPTU não pode ter como único parâmetro o valor ideal do imóvel, devendo contemplar também a variação da renda de quem o paga. O imposto dos imóveis alugado é suportado pelo respectivo inquilino, e só isso recomendaria ao Município uma enorme cautela na revisão anual do IPTU, graduando-a pelo teto da taxa inflacionária.

Não e de hoje que os Municípios tentam praticamente revisões do valor venal dos prédios, para o efeito de morderem mais forte o contribuinte. Faziam-no até por simples decreto do Executivo, o que encontrou barreiras em decisões do Supremo Tribunal Federal, assim ementadas: “Para se atribuir outro valor venal ao imóvel, que não o decorrente do anterior mas a correção monetária, é mister lei, não bastando, para isso, simples decreto”.

Os contribuintes de Porto Alegre confiam em sua Câmara Municipal, no sentido de que legisle para limitar a voracidade das pretensões do Executivo.

 

O SR. RPESIDENTE: A Mesa registra a presença em Plenário do Ver. Waldemar Gauss Filho, do PFL de Charqueadas.

Requerimentos encaminhados à Mesa.

 

(Obas.: foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, encerro os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão as 17h25min.)

 

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